A córnea veio de um doador de Cascavel e a paciente que a recebeu é de Apucarana, tem 35 anos e estava na fila da Central Regional de Transplantes, que atende os 21 municípios abrangidos pela 17ª Regional de Saúde. Somente para transplante de córneas, a fila na Central é de mais de 300 pacientes, segundo informou o médico Marcelo Gameiro.

   Ele aproveitou a presença da imprensa e da secretária municipal de Saúde do Município, Leilaine Furlaneto Rodrigues, para cobrar campanhas de motivação da população no sentido de doar seus órgãos. “Hoje temos uma longa fila porque temos poucos doadores. Só em Londrina, morrem em média 10 pessoas por dia. Se apenas duas dessas pessoas doassem suas córneas, acabaríamos com a fila regional em poucos meses”, afirmou.

   A secretária Leilaine concordou imediatamente com o pedido e informou que irá a Sorocaba (SP) saber da experiência daquele município, que acabou rapidamente com sua fila. “Faremos uma campanha de divulgação em massa para conscientizarmos as pessoas e conseguirmos doadores”, avisou.

   O Hospital Cristo Rei (HCR) agora tem o credenciamento para realizar esse tipo de transplante pela Central Regional. “Dividimos esse mérito com a Secretaria Municipal de Saúde, que tem nos apoiado em todas as ações, inclusive financeiramente, e com a comunidade de Ibiporã, pois tudo o que fazemos é para a população”, disse a diretora-executiva do HCR, Ana Lúcia Fabro Mesquita. Ela acrescentou que todos os moradores locais que estiverem na fila regional por uma córnea serão orientados agora a procurar a unidade.

   A secretária de Saúde de Ibiporã disse que o transplante só passou a ser possível na Cidade porque a atual Administração Municipal “vem investindo mais em saúde, tem dado suporte ao Cristo Rei e proporcionou maior flexibilidade para o hospital abrir suas vagas à Central de Leitos da região”. “É Ibiporã passando a ser referência para a região também em transplantes”, afirmou Leilaine Rodrigues.

   A cirurgia foi bem sucedida e a paciente deve ter alta amanhã (sábado). O médico responsável informou que a paciente sofria de ceratocone, uma distrofia que provoca reação na córnea e aumento progressivo de astigmatismo. “É uma cirurgia cheia de detalhes e cuidados, mas muito gratificante, pois as chances de a pessoa recuperar a visão são de 90%”, informou Gameiro.