A Administração Municipal inovou no modo de repasse dos terrenos para as empresas que têm o interesse de se instalar na cidade. Antes do novo modelo, os lotes eram doados às companhias, entretanto por orientação do Tribunal de Contas do Paraná, foi implantado o processo licitatório que por meio da Secretaria de Indústria e Comércio agora os lotes são disponibilizados em edital e licitados entre as firmas interessadas.

Segundo o Secretário de Indústria e Comércio, Thiago Eik, o novo modelo é mais complexo, porém propicia mais legalidade ao repasse dos terrenos industriais do município. "Conseguimos aplicar o processo de licitação em Ibiporã, em tempo recorde, cerca de 120 dias, sendo que poucas cidades da região já adotaram este modelo", explica.

Quando o edital para as empresas interessadas é aberto são estipulados alguns requisitos básicos para que elas possam participar. "Já definimos determinadas condições, como, por exemplo, criação de empregos, faturamento anual, pagamento do imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) para que as empresas concorram com companhias do mesmo porte e todas tenham condições de vencer e não seja desleal", garante o secretário.

De acordo com o diretor do Departamento de Licitação da Prefeitura de Ibiporã, Rafat Issa, o novo modelo proporciona mais transparência não só para as empresas interessadas em participar, como também para a população. "Esse processo de alienação de móveis para instalação de indústrias, também aumenta a concorrência e participação de empresas", acescenta ele.

No último dia 17, foi finalizada a primeira licitação para distribuição de terrenos industriais de Ibiporã. Na ocasião três lotes foram licitados, dois do Condomínio Empresarial Ibiporã com 9 mil m² cada e um do Condomínio Industrial Nene Favoretto, de 30 mil m².

As empresas vitoriosas do Condomínio Empresarial Ibiporã foram a F&K Group, do segmento de tecnologia, e a Bertin e Bastitella, que trabalha no ramo de aço. As duas vão faturar juntas anualmente cerca de R$ 70 milhões. Ambas virão de Londrina. "Com este processo arrecadamos R$ 551 mil apenas com a venda do terreno. Com o procedimento antigo a prefeitura não teria arrecadado nada", afirma Eik. As duas empresas vão gerar, inicialmente, 170 novos empregos em Ibiporã.

"O valor arrecadado pode parecer alto, mas se as empresas fossem comprar um terreno deste tamanho de um proprietário particular, o preço poderia sair até cinco vezes maior, ainda mais por ser em uma região como aquela, com toda a infraestrutura oferecida, além de ser o primeiro empreendimento deste tipo, condomínio industrial, no Paraná", acrescenta o secretário.

A empresa que ganhou a licitação para o Condomínio Industrial Nene Favoretto, teve problemas com documentação, mas está providenciando a retificação para poder participar do próximo acordo.

De acordo com Eik, o novo modelo adotado pela administração municipal possibilita que todas as empresas interessadas, desde que atendam os requisitos básicos, participem do processo. "Não existe mais politização dos terrenos. Está e a vontade do prefeito José Maria, que a empresa mais apta, a melhor, aquela que vencer a licitação, venha para a cidade e ainda capitalize economicamente o caixa da prefeitura", expõe.

"A partir desta licitação o processo industrial de Ibiporã ficará autossuficiente, uma vez que, o capital arrecadado junto à iniciativa privada com a venda dos lotes será suficiente para bancar os gastos com infraestrutura aplicada pelo município" esclarece o secretário.

Futuro

As empresas de pequeno porte de Ibiporã serão privilegiadas nos futuros processos licitatórios. Conforme Eik, haverá uma licitação apenas para empresas pequenas da cidade para o novo condomínio industrial Nene Favoretto. 

"Por determinação do prefeito José Maria reservamos uma parte do novo condomínio exclusivamente para pequenas empresas de Ibiporã, porque o intuito é privilegiar o cidadão ibiporaense fomentando a economia local", assegura ele. "Estes terrenos terão exigências muito menores e preços extremamente baixos", finaliza.