Representantes de 13 municípios do Norte paranaense participaram nesta terça-feira (15) em Ibiporã do II Encontro Regional de Atenção à População em Situação de Rua. O evento é uma realização da Comissão Regional Articuladora de Políticas de Atenção à População de Rua e a Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social, em parceria com a Administração Municipal, através da Secretaria de Assistência Social.

A reunião de trabalho ocorreu no Centro de Convivência dos Idosos (CCI). O objetivo foi dar prosseguimento às questões propostas durante o I Encontro referente ao tema, realizado em Londrina, no dia 5 de junho. "O foco da discussão foi a pessoa em situação de rua em trânsito, também chamada de trecheiro ou itinerante, que circula por cidades da região e interior de São Paulo. Conhecendo a realidade de cada município e a dinâmica de deslocamento da pessoa em situação de rua, podemos elaborar propostas que contribuam para a construção de uma política regionalizada, fazendo um melhor acolhimento institucional e ampliação da garantia dos direitos da população atendida", explicou a representante da Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social, a assistente social Neuzeli Bertolla.

O mestre em Sociologia e Políticas Públicas e doutorando em Serviço Social pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) Luciano M. F. Oliveira ministrou a palestra "Nem todos que perambulam estão perdidos: reflexões sobre a circulação de itinerantes, migrantes e trecheiros pelas cidades brasileiras". O debate foi mediado pela assistente social do Centro de Referência para a População em Situação de Rua (Centro POP) e especialista em Comunicação Popular e Comunitária, Carlos Roberto de Oliveira, e pela coordenadora do Centro POP de Londrina, especialista em políticas públicas pela UEL, Mariluci Queiroz dos Santos. "Esta política pública de circulação é histórica, e foi construída pelo próprio governo ao financiar a passagem para que os migrantes retornem para suas cidades. Como muitos municípios estão vivenciando esta situação, a proposta é saber quem são estas pessoas, para, de maneira articulada, construir uma proposta regional que garanta e amplie os direitos da população em situação de rua em trânsito", expôs Oliveira.

Após o debate, os participantes realizaram trabalhos em grupo em torno de três eixos para discussão: Identificação; Vivência na Rua; Experiência da Circulação (do trecho/itinerante). "Ficou definida a criação de um instrumento de coleta de dados para mapeamento desta população que circula pela região Norte do Paraná, em especial das cidades que estão participando do processo de construção de uma política regionalizada de atenção à população em situação de rua. O resultado deste estudo será apresentando em novembro, durante o terceiro encontro. Além disso, a Comissão Regional Articuladora de Políticas de Atenção à População de Rua elaborará um documento com as demandas a serem discutidas diretamente com o governo do estado para enfrentamento desta situação", pontuou a secretária municipal de Assistência Social e membro da Comissão, Ana Cláudia Vieira Martins.