As consequências do uso indiscriminado de agrotóxicos para a saúde e para o meio ambiente e a discussão das medidas necessárias a coibi-las foram tema da reunião regional do Fórum Estadual de Combate aos Agrotóxicos, realizada na quinta-feira (10), no Centro de Treinamento Agropecuário (CTA-Senar/PR), em Ibiporã.
O evento foi promovido pelo Ministério Público de Ibiporã, por intermédio da 2ª Promotoria de Justiça, com atribuições na área ambiental, e a Administração Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, com o apoio de órgãos afins (Adapar, Emater e Faep). Mais de 100 pessoas participaram da reunião, entre representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, órgãos públicos, instituições de ensino, agricultores e técnicos.
Dando boas vindas aos convidados, o prefeito José Maria Ferreira ressaltou a importância do evento, especialmente para a tomada de consciência a respeito das ações necessárias para conservação do solo e uso correto de agrotóxicos como prática essencial para a produção e manutenção da vida.
Ao fazer uso da palavra a promotora Révia Aparecida Peixoto de Paula Luna teceu considerações a respeito das consequências graves do uso excessivo e abusivo de agrotóxicos, ressaltando a necessidade dos trabalhos na área.
O secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Tomás Falkowski, enfatizou que 2015 foi eleito o ano da conservação dos solos pela Organização das Nações Unidas (ONU), e dia 5 de dezembro - Dia Mundial do Solo - destacando as consequências do plantio incorreto nas propriedades, causador de danos graves aos solos e da perda de recursos materiais investidos, especialmente diante das fortes chuvas da época. "Faz-se necessária a tomada de uma posição firme e efetiva para a conservação dos solos", concluiu o secretário.
As palestras foram ministradas pelos seguintes convidados: Saint-Clair Honorato Santos, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente, doutora Suzana Lucy Nixdorf, pesquisadora e professora associada da Universidade Estadual de Londrina (UEL), João Miguel Toledo Tosato, fiscal de Defesa Agropecuária na Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e coordenador do Programa de Defesa do Alimento - fiscalização de agrotóxicos e afins, Ildefonso José Hass, engenheiro agrônomo do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Nilson Roberto Ladeia Carvalho, engenheiro agrônomo da Emater, e Marcos Valério de Freitas Andersen, engenheiro agrônomo da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.
Os temas abordados foram: legislação ambiental e uso de agrotóxicos, consequências dos agrotóxicos para a saúde e o meio ambiente, fiscalização do comércio e uso dos agrotóxicos, e acompanhamento do nível de contaminação dos produtos comercializados nos supermercados e Ceasa, manejo de pragas e doenças em grãos e manejo do solo e da água, boas práticas em olerícolas e situação do programa Alimento Seguro na região de Ibiporã e no Paraná.
Após os debates, foi elaborada uma de carta de intenções para pautar e orientar a atuação dos órgãos públicos na área. Entre as 17 intenções registradas estão a formação de uma rede institucional como comitê de trabalho sobre a questão dos agrotóxicos e do manejo de solo na Comarca (Ibiporã e Jataizinho), com a participação de representantes dos agricultores e órgãos públicos; elaboração de um diagnóstico, com levantamento dos problemas em relação ao uso inadequado de agrotóxicos, bem como do manejo do solo nas propriedades locais; intensificação da fiscalização do comércio e uso de agrotóxicos e de domissanitários; conscientização dos agricultores à respeito das consequências do uso de agrotóxicos e sua capacitação e formação em boas práticas.