Com a chegada da primavera, caracterizada pelo aumento das temperaturas e das chuvas, os locais propícios para a criação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e a chikungunya se multiplicam e a população deve se mobilizar para eliminar os focos.
Segundo o chefe do Setor de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde, Luiz Augusto Loredo, Ibiporã encontra-se atualmente em uma situação de controle de infestação do mosquito. "O último Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa), realizado na primeira semana de outubro, ficou em 0,0%, bem abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que é de até 1,0%. Ou seja, entre os cerca de 900 imóveis (5% do total) visitados pelos agentes de endemias não foram encontrados focos do Aedes. Os ciclos mais rápidos de visitas para remoção de criadouros e o clima (inverno mais rigoroso e seco) ajudaram a manter o índice de infestação baixo, porém, os dias mais quentes e chuvosos favorecem a proliferação do mosquito", alerta Loredo.
O chefe do setor de Endemias ressalta que o governo municipal realiza ações contínuas de prevenção e combate à dengue, as quais estão sendo intensificadas devido ao tradicional aumento de casos nesta época do ano. "Já realizamos cinco ciclos de remoção dos criadouros em 100% do território e a intenção daqui para frente é fazer um ciclo de visita casa a casa por mês. Para isso, contamos com 40 agentes sanitários para fazer o trabalho de campo", informa Loredo. Também são realizadas ações educativas em empresas, igrejas e escolas. Nos períodos mais críticos foram realizados mutirões de limpeza e aplicação de inseticida (UBV costal e pesada).
Este ano Ibiporã também conta com mais uma estratégia para evitar uma epidemia da doença. O município foi um dos 30 do Paraná a participar da Campanha Estadual de Vacinação Contra a Dengue, realizada de 13 de agosto a 24 de setembro. Um total de 4.370 doses da vacina tetravalente foram aplicadas em adolescentes e jovens com idade entre 15 e 27 anos. Quem recebeu a primeira dose, deve procurar uma Unidade de Saúde em fevereiro/março e, novamente, em agosto de 2017 para completar o esquema vacinal e garantir a imunização completa. Segundo o governo estadual, quem não tomou a primeira dose também poderá se imunizar na segunda etapa da campanha. "Além das pessoas que foram imunizadas, a proteção se estende indiretamente a toda população, uma vez que servirá para reduzir a circulação viral na região", explica a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Sebastiana Caetano Riechel.
Mesmo com as ações do poder público a população precisa fazer a sua parte, eliminando a água parada. Os ovos geralmente são depositados em água parada e podem sobreviver por mais de um ano à espera de um clima propício para se desenvolver. O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias. "Percebemos que a população está um tanto saturada destas orientações sobre a dengue, mas é importante reiterar a importância do hábito de vistoriar as casas, quintais e seu ambiente de trabalho em busca de recipientes que acumulam água. Além de lugares óbvios, como pratinho da planta, vaso, ralo, é importante inspecionar locais nem sempre lembrados como calhas, ocos de árvore, coletores de água da geladeira/ar condicionado", exemplifica Loredo.
Números da dengue
Conforme o Setor de Epidemiologia, no novo ciclo epidemiológico, que começou em 1 de agosto, até agora Ibiporã registrou 68 notificações de dengue, sendo cinco positivos (um importado e quatro autóctones, ou seja, contraídos no próprio município). Os números estão bem abaixo se comparados com o mesmo período do ano passado - 157 notificações e 15 casos confirmados da doença.
Ibiporã enfrentou epidemias de dengue em 2011, 2013, 2014, 2015 e 2016. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece como parâmetro para caracterização de epidemia incidências iguais ou superiores a 300 casos confirmados para cada grupo de 100 mil habitantes.
Recomendação para as gestantes
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