O projeto "Gerando Saúde na Escola - Ações Intersetoriais e Interdisciplinares visando a Promoção e a Proteção da Saúde Infantil", realizado por meio de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Municipal de Educação, recebeu menção honrosa durante o 1º Congresso Regional de Secretarias Municipais de Saúde", realizado nos dias 26 e 27 de outubro, em Cambé. Com o tema "Os Desafios da Gestão Municipal" o congresso reuniu cerca de 500 pessoas, entre profissionais e comunidade ligada a instituições e conselhos municipais de saúde.
O projeto de Ibiporã foi apresentado pela fonoaudióloga do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), Franciele Queiroz Ribeiro, na Roda de Conversa da Atenção Primária à Saúde, juntamente com outros 11 trabalhos selecionados. Segundo Franciele, o projeto é desenvolvido com educadores e crianças a partir dos seis meses que frequentam os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Ibiporã. "O objetivo é detectar precocemente as crianças com sinais de risco para o desenvolvimento infantil, além de identificação de alterações de comportamento, motoras e de fala e linguagem", explica a profissional.
Uma equipe multiprofissional formada por duas psicólogas, uma do Nasf e a outra do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CapsI), uma fisioterapeuta, uma fonoaudióloga e um pediatra especializado em Saúde Mental realiza a identificação e o cuidado das crianças com sinais de risco para o desenvolvimento e/ou alterações de comportamento.
A ação consiste em duas etapas: atuação nos CMEIs e na Unidade Básica de Saúde (UBS). "No primeiro encontro fazemos uma roda de conversa entre a equipe de saúde e os funcionários do CMEI. O objetivo é explicar a finalidade do trabalho e os casos que necessitam de mais atenção. Já no segundo encontro os profissionais observam e avaliam em sala de aula as crianças selecionadas pelos professores e triagem fonoaudiológica, com filmagem dos casos, para posterior discussão com a equipe pedagógica. No terceiro encontro é feita a devolutiva à equipe pedagógica dos casos avaliados pelos profissionais de saúde e discussão compartilhada dos encaminhamentos de cada caso", detalha Franciele. "Com este trabalho intersetorial e interdisciplinar visamos à educação permanente em saúde da equipe pedagógica em uma fase tão importante para o desenvolvimento infantil", acrescenta a secretária de Saúde, Leilaine Furlaneto.
De acordo com a fonoaudióloga, as crianças detectadas com sinais de risco para o desenvolvimento infantil e/ou alterações de comportamento são encaminhadas para intervenção em grupo da UBS. O atendimento no grupo é realizado por dupla de profissionais, tendo sempre um profissional de saúde como referência. "Conversamos com os pais sobre as alterações observadas, a proposta de trabalho e como devem agir. No caso de alterações do comportamento, a psicóloga propõe dinâmicas de grupo e, por meio de brincadeiras direcionadas, procura solucionar as dificuldades apresentadas pelos pacientes. Com uma intervenção precoce e resolutiva as chances de melhora são mais rápidas e efetivas", argumenta Franciele.
Neste formato, o projeto está sendo trabalhado com a comunidade escolar dos CMEIs Idalina Soares Sobreira e Cantinho Feliz, sendo as atividades em grupo realizadas com 11 crianças na UBS do Jardim Bom Pastor.
A secretária de Educação, Márcia Vergínia Justo Martins de Souza, ressalta a importância da parceria para proteção e promoção da saúde infantil. "O trabalho em rede é muito importante porque cada profissional dá a sua contribuição para a construção de um novo olhar sobre a criança. A intervenção precoce evita futuros atrasos em seu desenvolvimento", conclui a secretária.