Na última segunda-feira (19), na sede da Secretaria de Saúde de Ibiporã, aconteceu a reunião da Sala de Situação da Dengue. Coordenadores dos setores de Endemias, Epidemiologia, Atenção Básica e a secretária de Saúde, Leilaine Furlaneto, discutiram a situação da dengue no município e traçaram estratégias de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e a chikungunya.
Segundo o chefe do Setor de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde, Luiz Augusto Loredo, a situação da dengue no município está, por enquanto, controlada. Contudo, a chuva e o calor dos últimos dias, condições propícias para a proliferação do mosquito, já fizeram aumentar os focos, alerta Loredo. "Nos últimos anos, tradicionalmente, o pico da epidemia de dengue no município ocorre em março. Os ovos do mosquito geralmente são depositados em água parada e podem sobreviver por mais de um ano à espera de um clima propício para se desenvolver. O ciclo de reprodução do mosquito, do ovo à forma adulta, pode levar de 5 a 10 dias, apenas. Por isso o município está reforçando as ações de prevenção e combate ao mosquito e a população também deve fazer sua parte, eliminando água parada", orienta o chefe do Setor de Endemias.
Conforme Loredo, os 37 agentes de endemias encerraram mais um ciclo de remoção dos criadouros na área urbana e nas duas últimas semanas do ano realizarão o ciclo de tratamento na área rural. Também foram feitas ações educativas em empresas, igrejas e escolas.
Para a primeira semana de janeiro está programa a realização do primeiro Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) do ano de 2017. O último levantamento realizado em Ibiporã, na primeira semana de outubro, ficou em 0,0%, bem abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que é de até 1,0%. Ou seja, entre os cerca de 900 imóveis (5% do total) visitados pelos agentes de endemias não foram encontrados focos do Aedes. "Os ciclos mais rápidos de visitas (antes bimestrais agora mensais) para remoção dos criadouros casa a casa e o inverno mais rigoroso e seco ajudaram a manter o índice de infestação baixo", explica Loredo.
De acordo com o setor de Epidemiologia, no novo ciclo epidemiológico, que começou em 1 de agosto, até agora, Ibiporã registrou 222 notificações para a dengue, sendo 8 positivos (7 autóctones, ou seja, contraídos no próprio município, e 1 importado). Nenhum caso de zika ou chikungunya foi registrado.
Ibiporã enfrentou epidemias de dengue em 2011, 2013, 2014, 2015 e 2016. A OMS estabelece como parâmetro para caracterização de epidemia incidências iguais ou superiores a 300 casos confirmados para cada grupo de 100 mil habitantes.
Vacina
Este ano Ibiporã também conta com mais uma estratégia para evitar uma epidemia da doença. O município foi um dos 30 do Paraná a participar da Campanha Estadual de Vacinação Contra a Dengue, realizada de 13 de agosto a 24 de setembro. Um total de 4.370 doses da vacina tetravalente foram aplicadas em adolescentes e jovens com idade entre 15 e 27 anos. Quem recebeu a primeira dose deverá procurar uma Unidade de Saúde no período de 3 a 31 de março e, novamente, em agosto de 2017 para completar o esquema vacinal e garantir a imunização completa. Segundo o governo estadual, quem não tomou a primeira dose também poderá se imunizar na segunda etapa da campanha.
Em Ibiporã, os agentes comunitários de saúde realizarão a busca ativa de 6.800 pessoas que não se imunizaram na primeira etapa da campanha. A vacina será aplicada gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde, escolas, faculdades, empresas e nos domicílios que apresentam moradores na faixa etária contemplada pela campanha. "Além das pessoas que foram imunizadas, a proteção se estende indiretamente a toda população, uma vez que servirá para reduzir a circulação viral na região", explica a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Sebastiana Caetano Riechel.
Apoio da população
Mesmo com as ações do poder público a população precisa fazer a sua parte, eliminando a água parada e reforçando a proteção individual, com o uso de repelente, roupas de manga comprida e manter portas e janelas fechadas. "Percebemos que a população está um tanto saturada destas orientações sobre a dengue, mas é importante reiterar a importância do hábito de vistoriar as casas, quintais e seu ambiente de trabalho em busca de recipientes que acumulam água. Além de lugares óbvios, como pratinho da planta, vaso, ralo, é importante inspecionar locais nem sempre lembrados como calhas, ocos de árvore, coletores de água da geladeira/ar condicionado", exemplifica Loredo.
Recomendação para as gestantes
O MOSQUITO PICA DURANTE O DIA. PROTEJA-SE!