Saúde

 

Publicado em: 23/05/2017 12:59

Promovendo a inclusão por meio da Arte


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Promovendo a inclusão por meio da Arte Promovendo a inclusão por meio da Arte

 

Os talentos artísticos dos usuários dos Centros de Atenção Psicossocial adulto e infantil ganharam pela primeira vez o palco do Cine Teatro Padre José Zanelli na última quinta-feira (18) durante o I Encontro Cultural dos CAPS da 17ª Regional de Saúde. O evento marcou o Dia Nacional de Luta Antimanicomial.

 

Cerca de 400 pessoas, entre profissionais de saúde, pacientes e familiares, puderam prestigiar as apresentações de danças, músicas, poemas, teatros e piadas de usuários dos CAPS adulto e infantil dos municípios pertencentes a 17ª Regional, que no total são 21. Uma mostra dos trabalhos artísticos e manuais realizados durante as oficinas terapêuticas pôde ser conferida no saguão do Cine Teatro. Dentre as autoridades presentes estavam o prefeito de Ibiporã, João Coloniezi, o secretário de Saúde de Londrina, Felipe Machado, a chefe da 17ª Regional de Saúde, Terezinha de Fátima Sanches, a secretária de Saúde de Ibiporã, Andrea Stroka, a diretora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de Ibiporã, Anna Lúcia de Azevedo, e a enfermeira referência em Saúde Mental da 17ª Regional de Saúde, Lúcia Lopes.

 

A mostra está inserida nas propostas dos CAPS, centradas em acolher, reabilitar e auxiliar na autonomia dos pacientes. "O objetivo é promover a inserção social das pessoas em vivência de sofrimento psíquico, mostrando que são capazes de desenvolver toda e qualquer atividade social, cultural. O paciente mental sofre um estigma social e precisa ser mais bem entendido por todos. A informação é sempre a melhor alternativa para o combate ao preconceito, assegurando a qualidade de vida dessas pessoas", explicou Anna Lúcia.

 

A ideia do evento, que também contou com a participação nas apresentações de pais e profissionais de diversas áreas que trabalham nos Caps, surgiu no início de 2017 em um grupo de trabalho. A preparação durou cerca de três meses. "A partir da criação desse grupo fizemos várias discussões, tanto de trabalho, como da ideia desta mostra. Cada município fez os pacientes se envolverem. Já fazíamos outros eventos, mas sempre eram de capacitação, nenhum de intercâmbio cultural", comparou Enrico Alencar Ignácio, coordenador de Saúde Mental de Rolândia. 

 

A chefe da 17ª elogiou os esforços dos profissionais de saúde em se articular para promover o encontro cultural. "Para os usuários é uma oportunidade de mostrarem as suas potencialidades, se socializarem, se incluírem. Para os profissionais é um rico momento de troca de experiências, visando à melhoria do atendimento prestado às pessoas com transtornos mentais", expôs Terezinha.

 

A secretária de Saúde de Ibiporã e o prefeito João Coloniezi ressaltaram que era uma honra para o município sediar a primeira edição do evento. "Ibiporã está de portas abertas a todos os movimentos que objetivem a melhoria da qualidade de vida da população. Nos dois CAPS - adulto e infantil os pacientes são atendidos por uma equipe multiprofissional e o município investe em ações de saúde mental na atenção básica", acrescentou Andrea.

 

A partir de agora, a ideia é que o encontro aconteça anualmente, como uma forma de marcar o Dia Nacional de Luta Antimanicomial e integrar todos que têm transtornos mentais e profissionais que trabalham nesta área.

 

 

18 de Maio - Dia Nacional de Luta Antimanicomial

 

 

O Dia Nacional de Luta Antimanicomial surgiu em 1987 na cidade de Bauru, em São Paulo. Na ocasião acontecia o II Congresso de Trabalhadores de Serviços de Saúde Mental. A data foi criada como forma de expressar a insatisfação com o tratamento desumano e cruel dado aos pacientes psiquiátricos. Durante o congresso foi organizado o primeiro manifesto público contrario a existência de manicômios.  

 

Como parte dessa luta, os hospitais psiquiátricos foram sendo gradativamente substituídos por serviços abertos de tratamento e de atenção integral à população de todas as faixas etárias e sua rede de apoio, que são os CAPS - Centros de Atenção Psicossocial, que integram o Sistema Único de Saúde. Faz parte desse movimento a busca por melhorar cada vez mais a qualidade destes serviços públicos, com ampliação de atividades complementares como as oficinas de geração de renda, arte e cultura.

 

De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2002 e 2015, houve uma redução de 51% na quantidade de leitos em hospitais psiquiátricos. Atualmente, ainda existem 163 no Brasil, distribuídos em 23 estados.