Saúde

 

Publicado em: 21/08/2017 12:10

Profissionais de saúde participam de atualização em sífilis


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Profissionais de saúde participam de atualização em sífilis Profissionais de saúde participam de atualização em sífilis

 

A Prefeitura Municipal de Ibiporã, por meio da Secretaria de Saúde, em parceria com a 17ª Regional de Saúde e Hospital Universitário (HU) de Londrina, promoveu na semana passada uma atualização em sífilis. Participaram da capacitação, realizada no auditório do Centro Tecnológico do Trabalhador de Ibiporã (CTTI), um grupo de cerca de 50 profissionais de saúde, principalmente médicos e enfermeiros que atuam na Atenção Básica e nas maternidades dos Hospitais Cristo Rei e Santa Terezinha.

 

O curso objetivou capacitar profissionais de saúde sobre a importância da prevenção, controle e redução da sífilis adquirida, sífilis em gestante e sífilis congênita e atualizar e instrumentalizar os profissionais de saúde no manejo, diagnóstico, tratamento e notificação da doença.

 

Na terça-feira (15), primeiro dia da capacitação, os participantes assistiram às palestras com o ginecologista da 17ª Regional de Saúde, Luiz Baldo, e a infecto pediatra do Ambulatório de Especialidades do HU, Jaqueline Capobianco. Os médicos abordaram o manejo dos três tipos de sífilis: rastreamento, diagnóstico, tratamento e fluxogramas.

 

Já na quinta-feira (17), último dia de curso, foram trabalhados os temas: Exames, Fluxos Laboratoriais e Laudos; Perfil Epidemiológico da Sífilis no Brasil, Paraná, Regional e Município de Ibiporã; Notificações e Estudo de Caso. A atualização também contou com a parceria do enfermeiro da 17ª Regional de Saúde, Luiz Toshio Ueda.

 

Epidemia de Sífilis

 

Infecção Sexualmente Transmissível (IST) originada pela bactéria Treponema Pallidum, a sífilis também é conhecida popularmente como cancro duro e pode atingir além dos órgãos genitais, outras partes do corpo em diferentes estágios. Os sintomas da sífilis avançam conforme a evolução da doença e partem de feridas e manchas na pele até cegueira, demência e consequências severas no sistema nervoso central.

 

A sífilis também pode ser congênita, sendo passada de mãe para filho durante a gravidez ou parto. A doença pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. "Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado é positivo, tratar corretamente a mulher e seu parceiro. Só assim se consegue evitar a transmissão da doença. A transmissão vertical da sífilis permanece como um grande problema de saúde pública no Brasil. Das várias doenças que podem ser transmitidas durante o ciclo grávido-puerperal, a sífilis é a que tem as maiores taxas de transmissão", alerta a infecto pediatra Jaqueline Capobianco.

 

Com prevenção, diagnóstico e tratamento fáceis e baratos, a sífilis avançou entre os brasileiros, sendo considerada pelo Ministério da Saúde uma epidemia pelo menos desde outubro do ano passado.  Em 2010, foram notificados 1.249 casos de sífilis adquirida, a que se pega através da relação sexual sem camisinha. Em 2015, apenas cinco anos depois, esses números saltaram para 65.878, um aumento de mais de 5.000%.

 

A taxa de bebês com sífilis congênita em 2015 foi de 6,5 casos a cada mil nascidos vivos - 13 vezes mais do que é tolerado pela Organização Mundial de Saúde e 170% a mais do que o registrado em 2010.

 

Já a sífilis em gestante passou de 3,7 para 11,2 casos a cada mil nascidos vivos, um aumento de 202%. Para sífilis adquirida (denominação dada para sífilis na população em geral) a taxa é de 42,7 casos a cada 100 mil habitantes.

 

Em Ibiporã, os casos de sífilis também aumentaram expressivamente nos últimos anos. Segundo a série histórica de notificações relativas à doença apresentada durante a capacitação pela Vigilância Epidemiológica, os casos de sífilis adquirida (contraída no ato sexual desprotegido) saltaram de 20 em 2015 para 36 no ano passado. "Atribuímos o avanço das notificações em parte ao aprimoramento do sistema de vigilância epidemiológica, à ampliação da distribuição de testes rápidos para todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e à maior sensibilização das equipes de saúde na busca de casos suspeitos de sífilis, principalmente em gestantes. Também se devem salientar as mudanças ocorridas no comportamento sexual da população em geral, com o início cada vez mais precoce das atividades sexuais, e também à prática da atividade sexual sem a proteção adequada", pontua a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Sebastiana Caetano Riechel.

 

Para reduzir os casos de sífilis em Ibiporã a Secretaria de Saúde traçou as seguintes metas:

- Aumentar o acesso ao teste rápido das gestantes usuárias do SUS (3 testes);

- Reduzir o número de casos de sífilis congênita para 0 (em 2016 foi notificado 1 caso);

- Monitorar os casos de sífilis congênita em criança menores de 02 anos

 

Tratamento

 

O tratamento da sífilis é rápido, assim como o diagnóstico, que pode ser feito com um teste rápido, com resultado pronto em 10 minutos. No caso da sífilis primária, uma única dose de penicilina benzatina intramuscular já é o suficiente para a cura. Caso o paciente esteja em um estágio mais agravado da doença, ele pode precisar tomar mais de uma dose da injeção.

 

Quanto mais cedo for realizado o tratamento maiores são as chances de sucesso. Isso ressalta a importância de realização do diagnóstico da doença logo na sífilis primária, quando a infecção acabou de acontecer.

 

Prevenção

 

A principal forma de prevenção é o uso de preservativos no ato sexual. O tratamento correto e completo também é considerado uma forma eficaz de controle, pois interrompe a cadeia de transmissão. A gestante deve ser testada para sífilis durante o pré-natal, na primeira consulta e no início do terceiro trimestre. O tratamento pode ser realizado em qualquer fase da gravidez.