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Publicado em: 30/04/2019 19:57 | Fonte/Agência: Caroline Vicentini/NCS/PMI

Estudo atesta que água que abastece Ibiporã não está contaminada por agrotóxicos


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Ibiporã está entre os 73 municípios paranaenses em que não foi detectado nenhum agrotóxico na água que abastece a cidade entre 2014 e 2017. Os dados do Ministério da Saúde foram obtidos e tratados em investigação conjunta da Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye. As informações são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento. A reportagem pode ser acessada em: https://portrasdoalimento.info/


Segundo a reportagem, um coquetel que mistura diferentes agrotóxicos foi encontrado na água de 1 em cada 4 cidades do Brasil entre 2014 e 2017. Nesse período, as empresas de abastecimento de 1.396 municípios detectaram todos os 27 pesticidas que são obrigados por lei a testar. Desses, 16 são classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como extremamente ou altamente tóxicos e 11 estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas. Do total de 27 pesticidas na água dos brasileiros, 21 estão proibidos na União Europeia devido aos riscos que oferecem à saúde e ao meio ambiente.


Entre os locais com contaminação múltipla estão as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus, Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis e Palmas.


A população do Estado de São Paulo foi a que mais consumiu o coquetel nos últimos anos. Foram encontrados  27 tipos de agrotóxicos na água analisada em 500 cidades, incluindo a grande São Paulo. O estado do Paraná está classificado em segundo lugar, com o coquetel de agrotóxicos presentes em 326 cidades, seguido por Santa Catarina e Tocantins.


Os números revelam que a contaminação da água está aumentando a passos largos e constantes. Em 2014, 75% dos testes detectaram agrotóxicos. Subiu para 84% em 2015 e foi para 88% em 2016, chegando a 92% em 2017. Nesse ritmo, em alguns anos, pode ficar difícil encontrar água sem agrotóxico nas torneiras do país.


A falta de monitoramento também é um problema grave. Dos 5.570 municípios brasileiros, 2.931 não realizaram testes na sua água entre 2014 e 2017. Ou seja, o cenário pode ser ainda mais crítico.

 A reportagem disponibiliza dois mapas interativos em que é possível saber a quantidade de substâncias detectadas em cada cidade de 2014 a 2017 e a concentração dessas substâncias, que é medida em microgramas por litro.


No caso especifico de Ibiporã, não foi encontrado nenhum tipo de agrotóxico na água consumida, como pode ser conferido no link: https://portrasdoalimento.info/. Segundo o diretor presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Edivaldo de Paula, “isso mostra que ainda não existe contaminação nas fontes de abastecimento no município. A autarquia segue rigorosamente todos os parâmetros estabelecidos pela portaria de consolidação nº5, anexo XX, de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde, que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.


O laboratório da Estação de Tratamento de Água e Esgoto do Samae verifica através de análises diárias a qualidade da água oferecida à população desde a captação até as redes de distribuição aos consumidores. Toda a água distribuída pela Autarquia é tratada, clorada e fluoretada e atende aos padrões de qualidade bacteriológica e físico-química de potabilidade. Atualmente o serviço de abastecimento de água conta com duas unidades de captação e recalque, uma no Ribeirão Jacutinga e outra no Poço do Aquífero Guarani, que oferece água de excelente qualidade, com propriedades minerais, atendendo 100% da população urbana e da zona rural. Outro fator de destaque é a rede de esgotos sanitários que atende 98,5% do município - índice de destaque entre os municípios brasileiros. Todo o esgoto é tratado antes de ser lançado no corpo receptor.


O diretor presidente do Samae lembra que mesmo tendo índice zero para agrotóxicos na água consumida pelo ibiporaense, o Município tem se preocupado com o uso indiscriminado de veneno nas lavouras. Desde 2017 a Prefeitura Municipal de Ibiporã, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, Vigilância Sanitária e Samae integram o Comitê da Rede Municipal de Articulação sobre Agrotóxicos, formado por representantes de entidades ligadas ao setor rural e urbano de Ibiporã e Jataizinho. Coordenado pela promotora de justiça da 2ª Promotoria de Ibiporã, com atribuições na área ambiental, Révia de Paula Luna, o objetivo do grupo de trabalho é o estudo e promoção de ações no âmbito do combate ao uso irregular de defensivos agrícolas em ambos os municípios.