A combinação de calor e maior
quantidade de chuvas associada ao descuido da população principalmente em
relação ao material reciclável deixado nos quintais pelo aumento da infestação do
mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e
chikungunya em Ibiporã.
Dados do quinto e último Levantamento
Rápido do Índice Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) de 2019
divulgado no início desta semana pelo Setor de Endemias da Secretaria Municipal
de Saúde, aponta um índice de infestação de 1,0% - percentual limite preconizado pela Organização Mundial da
Saúde (OMS). Isto quer dizer, que de cada 100 imóveis visitados pelos agentes
de endemias, um apresentava criadouros do vetor. O índice é um pouco superior
aos dois últimos LIRAa realizados no município, os quais apontaram um
percentual de infestação do mosquito de
0,3 e 0,9%. Contudo, é inferior aos dois primeiros do ano – 3,6 e 1,4%.
O levantamento foi realizado entre os
dias 4 e 8 de novembro. Foram visitados 900 imóveis – 5% do total – em todas as
regiões da cidade. Segundo o coordenador de Endemias, Aldemar Galassi, 100% dos
criadouros do Aedes aegypti foram
encontrados nos quintais dos imóveis, principalmente em materiais recicláveis,
tais como copos e garrafas, além de bebedouros de animais, o que indica que a
população está deixando a água acumular nesses recipientes, tornando-os
ambientes ideais para a rápida reprodução do mosquito. “O
ciclo do mosquito é rápido; entre o ovo depositado pela fêmea do mosquito, à
transformação em larva e, depois em mosquito, o período é de apenas uma semana.
Basta deixar água parada acumulada para que ele prolifere”, alerta Galassi.
O
coordenador ressalta que todos devem fazer a sua parte para que Ibiporã não
enfrente novamente uma epidemia da doença. “A eliminação da dengue depende,
principalmente, da mudança de hábitos e atitudes. A limpeza dos jardins, varandas e
qualquer espaço aberto deve ocorrer, no mínimo, a cada sete dias. Em 10 minutos
já é possível eliminar os criadouros. Onde tem água parada pode
ter dengue e a doença pode matar”, lembra Galassi.
Ações do poder público
O governo
municipal segue
com ações contínuas de prevenção e combate à dengue, tais como ciclos de
tratamento e remoção dos criadouros em 100% do território (iniciado o sexto
ciclo); trabalho de recuperação das casas vazias aos sábados; bloqueio de
casos, “Bota Fora” (programa da Prefeitura que recolhe móveis, eletrodomésticos
e entulhos em pequenas quantidades em toda a cidade), limpeza de fundos de
vale, trabalhos educativos em escolas, empresas e igrejas e capacitação dos
servidores de saúde para melhor notificação, diagnóstico e tratamento da
doença.
Números da dengue em Ibiporã
Conforme levantamento realizado pelo
Setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, no período epidemiológico
de 29 de julho de 2018 a 27 de julho de 2019, foram notificados 3.053 casos de
dengue em Ibiporã, sendo 1.369 positivos. Duas mortes foram registradas no
período - um homem de 80 anos e uma mulher de 54.
Dois casos de febre chikungunya
(autóctone – contraído no próprio município) também foram diagnosticados este
ano em Ibiporã.
No atual período epidemiológico,
iniciado em 28 de julho, já foram 20 casos confirmados de dengue. “Temos a
circulação dos subtipos 1 e 2 da doença. Pessoas infectadas por subtipos
diferentes em um período de seis meses a três anos podem ter uma evolução para
formas mais graves da dengue”, alerta a coordenadora da Vigilância
Epidemiológica, Vanessa Luquini.
Sintomas
A orientação
da Secretaria Municipal de Saúde é que aos primeiros sintomas de dengue (febre
alta, dores articulares, musculares e de cabeça, manchas avermelhadas na pele e
indisposição), e chikungunya (febre, dor de cabeça, mal estar, dores pelo
corpo e muita dor nas juntas) a pessoa se dirija à Unidade Básica de Saúde
(UBS) mais próxima de sua residência para que o diagnóstico inicial e a
notificação sejam feitos. Normalmente, os sinais de alarme ocorrem entre o
terceiro e quinto dia, esse é o chamado período crítico para dengue. Tratado
com hidratação e medicação sintomática corretamente, a maioria dos casos evolui
para cura.
FAÇA A SUA PARTE!!!!!
Prevenir
é a melhor forma de evitar a dengue, zika e chikungunya. A maior parte dos
focos do mosquito está nos domicílios, assim, as medidas preventivas envolvem o
próprio quintal e também os dos vizinhos. É simples e rápido combater o Aedes
aegypti. Siga essas dicas:
Garrafas PET e de vidro: As garrafas devem ser embaladas e
descartadas corretamente na lixeira, em local coberto ou de boca para baixo;
Lajes: Não deixe água acumular nas
lajes. Mantenha-as sempre secas;
Ralos: Tampe os ralos com telas ou
mantenha-os vedados, principalmente os que estão fora de uso;
Vasos sanitários: Deixe a tampa sempre fechada ou
vede com plástico;
Piscinas: Mantenha a piscina sempre limpa.
Use cloro para tratar a água e o filtro periodicamente;
Coletor de água da geladeira e
ar-condicionado: Atrás
da geladeira existe um coletor de água. Lave-o uma vez por semana, assim como
as bandejas do ar-condicionado;
Calhas: Limpe e nivele. Mantenha-as
sempre sem folhas e materiais que possam impedir a passagem da água;
Cacos de vidros nos muros: Vede com cimento ou quebre todos os
cacos que possam acumular água;
Baldes e vasos de plantas vazios: Guarde-os em local coberto, com a boca
para baixo;
Plantas que acumulam água: Evite ter bromélias e outras plantas
que acumulam água, ou retire semanalmente a água das folhas;
Suporte de garrafão de água
mineral: Lave-o
sempre quando fizer a troca. Mantenha vedado quando não estiver em uso;
Falhas nos rebocos: Conserte e nivele toda
imperfeição em pisos e locais que possam acumular água;
Caixas de água, cisternas e poços: Mantenha-os fechados e vedados.
Tampe com tela aqueles que não têm tampa própria;
Tonéis e depósitos de água: Mantenha-os vedados. Os que não
têm tampa devem ser escovados e cobertos com tela;
Objetos que acumulam água: Coloque num saco plástico, feche
bem e jogue corretamente no lixo;
Vasilhas para animais: Os potes com água para animais
devem ser muito bem lavados com água corrente e sabão no mínimo duas vezes por
semana;
Pratinhos de vasos de plantas: Mantenha-os limpos e coloque
areia até a borda;
Objetos d’água decorativos: Mantenha-os sempre limpos com
água tratada com cloro ou encha-os com areia. Crie peixes, pois eles se
alimentam das larvas do mosquito;
Lixo, entulho e pneus velhos: Entulho e lixo devem ser descartados
corretamente. Guarde os pneus em local coberto ou faça furos para não acumular
água;
Lixeira dentro e fora de casa: Mantenha a lixeira tampada e
protegida da chuva. Feche bem o saco plástico.