Tendo
em vista o preocupante cenário endêmico e, iminente, epidêmico de dengue, zika
e chikungunya, conforme Levantamento Rápido do Índice de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), o qual indica
aumento na ocorrência de casos de dengue no município de Ibiporã, a Prefeitura
instituiu uma força-tarefa para tentar barrar o avanço da dengue.
A operação contra o mosquito
transmissor foi criada por meio do decreto nº10, de 17 de janeiro de 2020, assinado
pelo então prefeito em exercício, Alberto Baccarim, e publicado no Jornal Oficial
do Município de Ibiporã, edição nº 1.031, de 17 de janeiro (sexta-feira).
A força-tarefa é
composta pelos servidores da Divisão de Endemias, sob a coordenação do servidor
Aldemar Galassi, com o apoio de todos os órgãos e entidades da Administração direta,
indireta e fundacional, em especial das Secretarias Municipais de Saúde,
Serviços Públicos, Obras e Viação e Meio Ambiente, bem como pelo Samae –
Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto.
A força-tarefa
poderá atuar de forma preventiva, fiscalizadora e repressiva, indicando as
providências que devem ser adotadas pelos órgãos públicos ou particulares para
eliminar possíveis focos de proliferação do mosquito. Segundo o decreto, “nos
estabelecimentos de maior complexidade ou acúmulo de materiais criadouros de
mosquito, o proprietário do imóvel em questão será notificado para que, em até 72
horas providencie as ações necessárias a eliminar os focos e, em caso de
descumprimento, será punido com multa no valor de R$ 70,00 a
R$ 350,00, exigida em dobro na reincidência, nos termos do artigo 16, da lei Municipal nº.
2.206 de 10 de setembro de 2008” (Código de Posturas do Município de Ibiporã).
Outra mudança é que a equipe da
força-tarefa não precisará de uma autorização administrativa ou judicial para
entrar em locais abandonados ou desocupados e que o responsável não seja
localizado. O serviço, no entanto, deverá obedecer a uma série de critérios
descritos na determinação da prefeitura. "Noventa e nove por cento dos
focos da dengue estão sendo encontrados nos quintais das casas, nas plantas e
vasilhas dos bebedouros dos animais. Com a permissão de entrar nas residências
abandonadas, atuaremos em conjunto com a Vigilância Sanitária, que tem poder de
polícia estabelecido por lei. Se houver resistências, contaremos com apoio da
Polícia Militar, a quem também já solicitamos ajuda", comentou Galassi.
“Bota
Fora”
Além do reforço na fiscalização, o governo municipal está intensificando os mutirões de limpeza nos bairros mais críticos. A partir desta quarta-feira (22) será reiniciado o programa “Bota Fora”, programa da Prefeitura que recolhe móveis, eletrodomésticos e entulhos em pequenas quantidades em toda a cidade. Na quarta-feira (22) a operação ocorrerá nas Vilas Esperança, Beatriz e Conjunto José Messias. Na quinta (23), será a vez do Jardim do San Rafael. No sábado (25) o “Bota-Fora” estará na região do Jardim Pérola. A Secretaria de Obras solicita que os materiais sejam deixados na calçada, de preferência sem atrapalhar a passagem de pedestres.
Além desses trabalhos, a
Secretaria de Obras intensificou o serviço de capina e roçagem em toda a cidade. O
número de equipes aumentou de duas para três para executar o corte do mato em terrenos
e espaços públicos do município, tais como escolas, CMEIs, UBSs, ginásios e
quadras esportivas, além de canteiros de avenidas, praças e rotatórias no
centro e nos bairros. Os terrenos e prédios públicos estão todos
mapeados e a previsão é que até o final de janeiro 250 mil m² de áreas públicas
tenham recebido o corte do mato.
A Secretaria de Saúde, por meio
do Setor de Endemias, segue com ações contínuas de prevenção e combate à
dengue, tais como ciclos de tratamento e remoção dos criadouros em 100% do
território, trabalho de recuperação das casas vazias aos sábados, bloqueio de
casos, limpeza de fundos de vale, trabalhos educativos em escolas, empresas e
igrejas e capacitação dos servidores de saúde para melhor notificação,
diagnóstico e tratamento da doença.
Números da dengue em Ibiporã
A combinação de calor e maior quantidade de chuvas associada ao
descuido da população principalmente em relação ao material reciclável deixado
nos quintais resultaram no aumento da infestação do mosquito Aedes aegypti neste início de 2020.
O último Levantamento Rápido do Índice
do Aedes aegypti (LIRAa), divulgado
na semana passada, apontou um índice de infestação de 1,7%, um pouco acima do estabelecido
como normal pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de até 1%. Nos
parâmetros do Ministério da Saúde, a cidade está em situação de alerta,
classificação obtida quando a infestação não ultrapassa 3,9%..
Conforme levantamento realizado
pelo Setor de Epidemiologia, no período epidemiológico de 28 de julho de 2019 a
14 de janeiro de 2020, foram notificados 749 casos de dengue em Ibiporã, sendo
67 positivos, todos autóctones, ou seja, contraídos no próprio município. Dos
casos confirmados, 11 são dengue com sinal de alarme e um grave. Somente nas
duas primeiras do ano, foram notificados 142 casos. Por enquanto, nenhum caso
de dengue foi confirmado em 2020. De acordo com Galassi, os registros apontam
que a taxa de incidência da dengue em Ibiporã é de 128,03 casos a cada 100 mil
habitantes, o que coloca o município em situação de alerta para uma epidemia da
doença. A epidemia é confirmada depois que a
cidade aponta, proporcionalmente, mais de 300 casos por 100 mil habitantes.
O coordenador de endemias esclarece
que um dos inibidores do mosquito adulto, o inseticida Malathiol, continua
indisponível. “O Brasil está desabastecido do inseticida desde maio de 2019 por
causa de uma grande quantidade de produtos vencidos e com problemas de
qualidade decorrentes de alterações químicas em sua formulação. A Bayer,
produtora do inseticida, já recolheu 105 mil litros do produto vendido ao
Ministério da Saúde. O MS, por sua vez, adquiriu um novo produto adulticida
(Cielo), mas a previsão de entrega é até fevereiro.
FAÇA A SUA PARTE!!!!!
Prevenir é a melhor forma de evitar a
dengue, zika e chikungunya. A maior parte dos focos do mosquito está nos
domicílios, assim, as medidas preventivas envolvem o próprio quintal e também
os dos vizinhos. É simples e rápido combater o Aedes
aegypti. “A eliminação da dengue depende, principalmente, da mudança de
hábitos e atitudes. A limpeza dos jardins, varandas e qualquer espaço aberto
deve ocorrer, no mínimo, a cada sete dias. Em 10 minutos já é possível eliminar
os criadouros. Onde tem água parada pode ter dengue e a doença pode matar. Quem
viaja nesta época do ano deve redobrar os cuidados para evitar o avanço da
doença, tanto no seu imóvel, que ficará desabitado, como na casa eventualmente
alugada para a temporada”, lembra Galassi. Manter
a caixa d´água limpa e totalmente tampada, as calhas livres de entupimentos,
cuidar com o descarte do lixo e manter as tampas dos vasos sanitários abaixadas
são algumas das orientações.
Sintomas
A orientação da Secretaria
Municipal de Saúde é que aos primeiros sintomas de dengue (febre alta, dores
articulares, musculares e de cabeça, manchas avermelhadas na pele e
indisposição), e chikungunya (febre, dor de cabeça, mal estar, dores pelo
corpo e muita dor nas juntas) a pessoa se dirija à Unidade Básica de Saúde
(UBS) mais próxima de sua residência para que o diagnóstico inicial e a
notificação sejam feitos. Normalmente, os sinais de alarme ocorrem entre o
terceiro e quinto dia, esse é o chamado período crítico para dengue. Tratado
com hidratação e medicação sintomática corretamente, a maioria dos casos evolui
para cura.
Siga estas dicas:
Garrafas PET e de vidro: As garrafas devem ser embaladas e
descartadas corretamente na lixeira, em local coberto ou de boca para baixo;
Lajes: Não
deixe água acumular nas lajes. Mantenha-as sempre secas;
Ralos: Tampe
os ralos com telas ou mantenha-os vedados, principalmente os que estão fora de
uso;
Vasos sanitários: Deixe a tampa sempre fechada ou vede com plástico;
Piscinas: Mantenha a piscina sempre limpa. Use cloro para tratar a
água e o filtro periodicamente;
Coletor de água da geladeira e ar-condicionado: Atrás da geladeira existe um coletor de água. Lave-o uma vez por
semana, assim como as bandejas do ar-condicionado;
Calhas: Limpe
e nivele. Mantenha-as sempre sem folhas e materiais que possam impedir a
passagem da água;
Cacos de vidros nos muros: Vede com cimento ou quebre todos os cacos que possam acumular água;
Baldes e vasos de plantas vazios: Guarde-os em local coberto, com a boca para baixo;
Plantas que acumulam água: Evite ter bromélias e outras plantas que acumulam água, ou retire
semanalmente a água das folhas;
Suporte de garrafão de água mineral: Lave-o sempre quando fizer a troca. Mantenha vedado quando não
estiver em uso;
Falhas nos rebocos: Conserte e nivele toda imperfeição em
pisos e locais que possam acumular água;
Caixas de água, cisternas e poços: Mantenha-os fechados e vedados. Tampe com tela aqueles que
não têm tampa própria;
Tonéis e depósitos de água: Mantenha-os vedados. Os que não têm
tampa devem ser escovados e cobertos com tela;
Objetos que acumulam água: Coloque num saco plástico, feche bem e
jogue corretamente no lixo;
Vasilhas para animais: Os potes com água para animais devem ser
muito bem lavados com água corrente e sabão no mínimo duas vezes por semana;
Pratinhos de vasos de plantas: Mantenha-os limpos e coloque areia até a
borda;
Objetos d’água decorativos: Mantenha-os sempre limpos com água
tratada com cloro ou encha-os com areia. Crie peixes, pois eles se alimentam
das larvas do mosquito;
Lixo, entulho e pneus velhos: Entulho e lixo devem ser descartados corretamente. Guarde os pneus
em local coberto ou faça furos para não acumular água;
Lixeira
dentro e fora de casa: Mantenha a lixeira tampada e protegida da
chuva. Feche bem o saco plástico.