Como pioneiro da Igreja Batista, acabou sendo também personagem de uma entrevista ao programa Plug, da RPC TV, que produziu algumas reportagens em Ibiporã, em setembro de 2019.

Uma simpatia de pessoa! No depoimento dado à equipe para falar sobre como era Ibiporã nos anos 1940 e 1950, ele contou que trabalhou em serrarias, retirava tora do mato e antes de entrar na Igreja Batista, já havia sido coroinha do Padre Leone Gervasoni na Igreja Matriz. Bom descanso, Sr. Nelson!

DEPOIMENTO para o livro “Circuito das Capelas II – Igrejas Evangélicas Históricas” (2019):

“Meus pais são mineiros de Monte Sião e Ouro Fino, e eu nasci em 1936. Naquela época chegou um boato lá em Minas que aqui no Paraná se juntava dinheiro fácil, então meu pai veio trabalhar de colono e parou em Palmital (SP), em uma fazenda, onde eu nasci. Em 1944, viemos morar num sítio aqui em Ibiporã, ali na Vila Nova, onde hoje é o [conjunto] Serraia. Quando chegamos, aqui não tinha prefeitura, prefeito, ninguém. Era outros tempos... Eu era leiteiro do Beltrão [Alexandre Beltrão], entreguei dois anos leite com cavalo. Levava 90 litros de leite, três sacolas de 30 litros, mas tinha pouca casa, não dava 500 casas aqui em Ibiporã... As avenidas eram de chão, essa Igreja Matriz meu irmão ajudou a construir ela. Eu era católico na época. Fui Congregado Mariano aqui, fui coroinha no tempo do padre Leone, depois me formei, casei e fui para Bela Vista do Paraíso tomar conta de uma serraria. E lá fiquei oito anos e foi onde eu me converti. Ah, antes o povão era mais chegado na igreja... Sobre o que mais me marcou na igreja (Batista)? Ah, foi quando eu fui da Comissão de Patrimônio e nós conseguimos construir essa igreja aqui [templo atual. Foi uma benção, eu francamente posso dizer que foi por Deus mesmo, porque eu não sei como construímos essa igreja...” (Nelson Ferreira, pioneiro de Ibiporã)