Mesmo
com a redução expressiva das notificações de dengue em Ibiporã nas últimas
semanas (de uma média de 700 por semana em fevereiro para cerca de 70 em junho),
a situação ainda é preocupante. Segundo boletim divulgado pelo Setor de
Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, no período de 28 de
julho de 2019 a 12 de junho de 2020, foram notificados 7.410 casos, sendo 4.679
positivos, 2.535 descartados e 196 ainda não foram encerrados. Entre os confirmados, 110 pacientes apresentaram “Dengue com sinais
de alarme” e cinco casos, “Dengue Grave”, sendo que três evoluíram a óbito. Mais duas mortes estão sendo investigadas pelo
Comitê Regional de Investigações de Óbitos por Dengue.
No
período 2019/2020, a incidência de casos, até o momento é de 8.936,89/100.000
habitantes, estando o município em epidemia de dengue. A circulação viral tem sido do vírus tipo 2,
tendo sido identificados 31 casos. Também foram investigados três casos suspeitos de Chikungunya, todos já descartados.
Notificado um caso suspeito de Zika Vírus, também descartado. A epidemia é confirmada depois que a cidade aponta,
proporcionalmente, mais de 300 casos por 100 mil habitantes. “Assim como o Paraná, Ibiporã passa pela maior
epidemia de dengue de sua história. Temos a presença do vetor em toda a cidade.
Mesmo com as temperaturas mais
amenas e pouca chuva não dá para relaxar, pois os ovos do mosquito sobrevivem
até um ano e meio na natureza. Por isso, o cuidado constante com a limpeza do
quintal, eliminando tudo que acumula água”, ressalta o coordenador de Endemias,
Aldemar Galassi.
Novo coronavírus
A Secretaria Municipal de Saúde
enfatiza que em meio à pandemia da Covid-19, os cidadãos devem redobrar os
cuidados com a dengue, pois no caso de uma coinfecção, ou seja, pessoas acometidas
pelas duas doenças, pode ter a saúde comprometida. “A dengue não deve ser
renegada em função do coronavírus; o mosquito continua se proliferando, as
pessoas estão se infectando, muitas desenvolvendo a forma mais grave da doença,
por conta da circulação do sorotipo 2 do vírus, e até morrendo, e tudo diante
de um quadro que pode ser minimizado com a eliminação dos focos”, comenta a
coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Vanessa Luquini.
Medidas de prevenção e combate
Com o objetivo de reforçar as
ações de prevenção e combate ao Aedes aegypti, mosquito
transmissor da dengue, zika e chikungunya, a Secretaria de Saúde está
aplicando, desde o final de abril, um novo inseticida, chamado Cielo-ULV,
adquirido pelo Ministério da Saúde. O produto já foi aplicado em quase 80% dos
bairros de Ibiporã pelos agentes de endemias, por meio da bomba costal. Os
princípios ativos do inseticida são diferentes do Malathion, utilizado por
anos, mas que passou a não fazer mais efeito. O município ainda aguarda resposta
da 17ª Regional de Saúde sobre a solicitação do fumacê.
Galassi alerta que o Cielo é um
reforço nas estratégias de prevenção e combate à dengue, mas não substitui a
necessidade de eliminação dos criadouros do mosquito, visto que o veneno
elimina apenas a forma alada do Aedes. “Quase 100% dos focos estão
nos domicílios, em áreas internas e externas, e por isso, a importância da
participação da população neste combate”, orienta o servidor.
As visitas domiciliares dos
agentes de combate às endemias estão acontecendo, inclusive aos sábados, para tratamento
e remoção dos criadouros, bloqueio de casos e orientação aos moradores. “Estamos
seguindo todos os protocolos de higiene e segurança, tais como a utilização de
máscaras de barreira, álcool em gel 70%, e distanciamento das pessoas”, enfatiza
o coordenador de endemias.
Esta semana, o Setor de
Endemias realiza mais um Levantamento Rápido do Índice Infestação por Aedes aegypti (LIRAa). Cerca
de 5% dos imóveis de Ibiporã, localizados em todas as regiões, serão visitados
para verificar a presença do vetor. Com
os resultados do LIRAa, os agentes de endemias elaborarão estudos e
planejamento que orientarão os trabalhos nas áreas mais afetadas da cidade.
Força-tarefa contra a
dengue
Diante do cenário preocupante
da dengue no município, a Prefeitura de Ibiporã instituiu em janeiro uma
força-tarefa formada por servidores das Secretarias Municipais de
Agricultura e Meio Ambiente, Obras, Saúde, e Samae, para tentar barrar a
proliferação do Aedes aegypti.
A força-tarefa atua de forma
preventiva, fiscalizadora e repressiva, indicando as providências que devem ser
adotadas pelos órgãos públicos ou particulares para eliminar possíveis focos de
proliferação do mosquito. Uma das medidas foi a publicação de um decreto para
regulamentar as sanções para pessoas que dificultarem o combate a eliminação do
vetor. “Nos estabelecimentos de maior complexidade ou acúmulo de materiais
criadouros de mosquito, o proprietário do imóvel em questão é notificado para
que, em até 72 horas, providencie as ações necessárias para eliminar os focos
e, em caso de descumprimento, será punido com multa no valor de R$ 70,00 a
R$ 350,00, exigida em dobro na reincidência, nos termos do artigo 16, da lei
Municipal nº. 2.206 de 10 de setembro de 2008” (Código de Posturas do Município
de Ibiporã)”, determina o decreto nº10, de 17 de janeiro de 2020.
De acordo com a Secretaria de
Saúde, nenhuma multa foi aplicada até o momento, pois os notificados
providenciaram a eliminação dos focos do mosquito em seus imóveis.
Denúncias de mato alto e locais com focos do mosquito Aedes aegypti devem ser feitas pelo telefone 156.
Saiba quais são os sintomas da dengue
A orientação da Secretaria Municipal de Saúde é que aos
primeiros sintomas de dengue (febre alta, dores articulares, musculares e de
cabeça, manchas avermelhadas na pele e indisposição), e Chikungunya
(febre, dor de cabeça, mal estar, dores pelo corpo e muita dor nas
juntas) a pessoa se dirija à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de
sua residência para que o diagnóstico inicial e a notificação sejam
feitos. Normalmente, os sinais de alarme ocorrem entre o terceiro e quinto
dia, esse é o chamado período crítico para dengue. Tratado com hidratação e
medicação sintomática corretamente, a maioria dos casos evolui para cura.
Previna-se!
Garrafas PET e de vidro: As garrafas devem
ser embaladas e descartadas corretamente na lixeira, em local coberto ou de
boca para baixo;
Lajes: Não deixe água acumular nas lajes. Mantenha-as sempre secas;
Ralos: Tampe os ralos com telas ou mantenha-os vedados, principalmente os
que estão fora de uso;
Vasos sanitários: Deixe a tampa sempre fechada ou vede com
plástico;
Piscinas: Mantenha a piscina sempre limpa. Use cloro para tratar a água e o
filtro periodicamente;
Coletor de água da geladeira e
ar-condicionado: Atrás da
geladeira existe um coletor de água. Lave-o uma vez por semana, assim como as
bandejas do ar-condicionado;
Calhas: Limpe e nivele. Mantenha-as sempre sem folhas e materiais que
possam impedir a passagem da água;
Cacos de vidros nos muros: Vede com cimento ou quebre todos os cacos que possam
acumular água;
Baldes e vasos de plantas vazios: Guarde-os em local coberto, com a boca para baixo;
Plantas que acumulam água: Evite ter bromélias e outras plantas que acumulam
água, ou retire semanalmente a água das folhas;
Suporte de garrafão de água mineral: Lave-o sempre quando fizer a troca. Mantenha vedado
quando não estiver em uso;
Falhas nos rebocos: Conserte e nivele toda imperfeição em pisos e
locais que possam acumular água;
Caixas de água, cisternas e poços: Mantenha-os fechados e vedados. Tampe com tela
aqueles que não têm tampa própria;
Tonéis e depósitos de água: Mantenha-os vedados. Os que não têm tampa devem
ser escovados e cobertos com tela;
Objetos que acumulam água: Coloque num saco plástico, feche bem e jogue
corretamente no lixo;
Vasilhas para animais: Os potes com água para animais devem ser muito
bem lavados com água corrente e sabão no mínimo duas vezes por semana;
Pratinhos de vasos de plantas: Mantenha-os limpos e coloque areia até a borda;
Objetos d’água decorativos: Mantenha-os sempre limpos com água tratada com
cloro ou encha-os com areia. Crie peixes, pois eles se alimentam das larvas do
mosquito;
Lixo, entulho e pneus velhos: Entulho e lixo devem ser descartados corretamente.
Guarde os pneus em local coberto ou faça furos para não acumular água;
Lixeira dentro e fora de casa: Mantenha a lixeira tampada e protegida da chuva.
Feche bem o saco plástico