O Julho
Amarelo foi instituído em todo o País, no ano passado, para ressaltar que
existe diagnóstico precoce e tratamentos para as hepatites no Sistema Único de
Saúde (SUS). Em 2010, foi instituído pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o
Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais a ser comemorado no próximo
domingo, 28 de Julho.
As hepatites são um grupo de doenças
que provocam inflamação do fígado e as mais frequentes são as virais. Ainda que silenciosa na maioria dos casos, a hepatite
pode apresentar sintomas tais como: mal-estar, fraqueza, dor de cabeça, febre
baixa, falta de apetite, cansaço, náuseas e desconforto abdominal na região do
fígado, icterícia (olhos e pele amarelados), fezes esbranquiçadas e urina
escura. Os tipos mais comuns são causados pelos vírus
A, B e C. O Ministério da Saúde estima que existam 1,7 milhões de brasileiros
portadores do vírus da hepatite C e 756 mil portadores do vírus da hepatite B,
porém muitas pessoas não sabem que têm estes vírus. No Brasil, mais de 70%
dos óbitos por hepatites virais são decorrentes da Hepatite C, seguido Hepatite
B (21,8%) e Hepatite A (1,7%).
Em Ibiporã, segundo o Setor de
Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, no ano passado foram
diagnosticados 21 casos de hepatites virais, sendo 15 casos de hepatite B e 6
de hepatite C, na faixa etária de 20 a 72 anos.
Neste ano, foram diagnosticados
quatro casos de hepatite B até agora, sendo dois homens e duas mulheres. A faixa etária oscilou de 53 a 69 anos.
Transmissão
O modo de transmissão depende do tipo do vírus. Sobre os três de maior
importância: a hepatite A é transmitida por via fecal-oral, de uma pessoa
infectada para outra ou através de água ou alimentos contaminados. O vírus B é
transmitido principalmente por via sexual, mas pode também ser transmitido
pelas vias parenteral e perinatal (gestação/parto). A hepatite C tem o contato
com sangue contaminado como principal via de transmissão.
Tratamento
O tratamento varia de acordo
com o tipo do vírus - a hepatite A, que causa doença aguda, não tem tratamento
específico. As hepatites B e C, que causam também doença crônica, têm
tratamentos eficazes e disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. A
hepatite C atravessa uma revolução no seu tratamento atualmente, com
medicamentos que oferecem chances de cura em mais de 90% dos casos.
O tratamento da doença evita
complicações, como cirrose e câncer.
Prevenção
Algumas medidas simples podem
evitar a doença: lavar bem as mãos; ingerir somente água filtrada ou fervida;
lavar bem os alimentos antes do consumo; sempre usar preservativos nas relações
sexuais; evitar contato com sangue; exigir material esterilizado ou descartável
em consultórios médicos, dentários, salões de beleza, estúdios de tatuagem e colocação
de piercing; não compartilhar agulhas ou seringas, lâminas de barbear, escova
de dentes, entre outros hábitos de higiene padrão.
É importante ir ao médico
regularmente e fazer os exames de rotina, que detectam as hepatites. Este
cuidado é ainda mais importante nos seguintes casos: pessoas que não se
imunizaram para hepatite B; ou que têm mais de 40 anos e que podem ter se
exposto ao vírus da hepatite C no passado (transfusão de sangue, cirurgias).
Em Ibiporã, o teste rápido para hepatite B e C é disponibilizado gratuitamente
em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Em função da pandemia do novo
coronavírus, os testes rápido estão sendo realizados apenas em caso de
indicação clínica (presença de sintomas) e gestantes. Não é necessário agendar.
Para as gestantes, a orientação da Secretaria Municipal de Saúde é fazer o
teste na UBS do Jardim Bom Pastor. As outras unidades em que o teste rápido
pode ser feito são: Centro de Saúde, Serraia, San Rafael, La Fontaine (Agenor
Barduco), Jardim John Kennedy e Taquara do Reino. Levar um documento com foto e cartão do SUS. O exame, sigiloso, é
feito por meio de punção digital, e fica pronto em cerca de 30 minutos.
Vacina
Vale lembrar que há vacinas disponíveis contra hepatite B e contra hepatite A.
Hepatite A - a vacina está disponível no SUS, sendo oferecida no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos (4 anos, 11
meses e 29 dias), e também imunodeprimidos.
Hepatite B: em crianças, é dada em quatro doses: ao nascer, 2,4 e 6
meses. Para os adultos que não se vacinaram na infância, são três doses a
depender da situação vacinal. É importante que todos que ainda não se vacinaram
tomem as três doses da vacina. Pessoas que tenham algum tipo de imunodepressão
ou que tenham o vírus HIV, precisam de um esquema especial com dose em dobro.
A vacina também é oferecida a
grupos prioritários, independentemente da faixa etária, como gestantes,
manicures, pedicures, podólogos, caminhoneiros, bombeiros, policiais civis,
militares, rodoviários, doadores de sangue, profissionais do sexo e coletores
de lixo domiciliar e hospitalar.