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Publicado em: 21/08/2020 16:15 | Fonte/Agência: Caroline Vicentini/NCS/PMI

Agosto Dourado: amamentação em tempos de pandemia


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Agosto Dourado: amamentação em tempos de pandemia Apoiar a amamentação para um planeta mais saudável é o tema do Agosto Dourado 2020

 


Em 1991, a Organização Mundial de Saúde (OMS), juntamente com o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), criou a campanha Agosto Dourado, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a necessidade e importância da amamentação exclusiva até os seis meses de idade. A cor dourada foi escolhida porque o leite materno é um alimento de qualidade ouro para bebês e crianças.


Mas, em meio à pandemia de Covid-19, a preocupação das mães com a amamentação aumenta, e dúvidas surgem: o aleitamento materno deve ser mantido mesmo assim? Mães com suspeita ou confirmação da doença podem amamentar? Segundo a pediatra da Unidade Básica de Saúde (UBS) San Rafel, em Ibiporã, Roberta Simões Vaz, a manutenção do aleitamento materno é recomendada e deve ser orientada, independentemente de a mãe ser assintomática, suspeita ou confirmada com a doença. “Os benefícios do aleitamento materno superam em muito os riscos da Covid-19 na população pediátrica. Até o momento, não existem evidências científicas que comprovem a presença do SARS-CoV-2 (vírus causador da doença Covid-19) no leite materno de mulheres que contraíram a infecção”, explica a médica.


Contudo, orienta a pediatra, é importante que as mães tomem algumas precauções recomendadas pelo Ministério Saúde:

1. Lavar as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos antes e depois de tocar o bebê;

2. Usar máscara facial de pano (cobrindo completamente nariz e boca) durante as mamadas e evitar falar ou tossir durante a amamentação;

3. A máscara deve ser imediatamente trocada em caso de tosse ou espirro ou a cada nova mamada;

4. Evitar que o bebê toque o rosto da mãe, especialmente boca, nariz, olhos e cabelos;

5.  Após a mamada, em caso de mães suspeitas ou confirmadas de Covid-19, os cuidados com o bebê (banhos, sono) devem ser realizados por outra pessoa na casa que não tenha sintomas ou que não seja também confirmado com a doença. Em caso de troca de fraldas, o uso de luvas cirúrgicas ou de procedimento descartáveis é recomendado.


Conforme Roberta, caso a mãe esteja com suspeita ou confirmação da Covid-19 e não se sinta segura ou confortável para amamentar, ela poderá extrair o leite e armazená-lo para que outro familiar ofereça a criança (com colher, copinho ou xícara para evitar a confusão de bicos). “Nestes casos, é indicado que a família procure um profissional da saúde para ser orientada sobre os cuidados de extração, armazenamento, higienização do material e como ofertar este leite materno”, acrescenta a pediatra.


Mesmo se a criança estiver doente, mas não apresentar nenhuma condição clínica que a impeça de se alimentar, o ideal é manter o aleitamento já que o leite materno é uma fonte importante de nutrientes para a recuperação do bebê.

 

Apoiar a amamentação para um planeta mais saudável

 

Sob o lema Apoiar a amamentação para um planeta mais saudável, o tema central do Agosto Dourado este ano se concentra no impacto da alimentação infantil no meio ambiente, na mudança climática e na necessidade de proteger, promover e apoiar o aleitamento materno para a saúde do planeta e de seu povo. O foco é no planeta, porque o leite materno é um alimento renovável, natural, que não traz custo ambiental. O leite humano é ambientalmente seguro e não gera impactos ambientais como os substitutos do leite materno, que são as fórmulas infantis, em decorrência do processo de industrialização.


O leite materno é um alimento completo. Ele contém água, gorduras, proteínas, vitaminas e açúcares de que o bebê precisa para se desenvolver bem e crescer de forma saudável, além de anticorpos que protegem principalmente de infecções gastrointestinais e desnutrição. Estudos científicos já comprovaram que o recém-nascido que recebe o leite materno em até uma hora após o nascimento está mais protegido contra infecções e, por isso, tem menos chances de mortalidade neonatal, uma vez que o colostro (primeiro leite que o bebê mama) é considerado a primeira vacina do bebê. O ato de mamar ainda ajuda no desenvolvimento da arcada dentária, da fala e da respiração da criança.


Para as mães, a amamentação contribui para aumentar o vínculo com a criança, diminuir a incidência de depressão pós-parto, ajuda a perder peso e ainda protege contra o câncer de mama e de ovário. Além dos benefícios para a saúde física, o ato de amamentar também é muito importante para a saúde mental e emocional da mulher e seu bebê. “O vínculo de carinho e intimidade criado entre mãe e filho durante o aleitamento são importantíssimos para o desenvolvimento dessas pessoas enquanto família. Crianças que recebem amor tendem a ser adultos que também transmitem esse amor”, ressalta a pediatra.


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