Educação

 

Publicado em: 27/09/2011 16:54

Encontro debate surdez e cidadania


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Encontro debate surdez e cidadania Encontro debate surdez e cidadania

 

 

   Em comemoração ao Dia Nacional do Surdo, 26 de setembro, a Prefeitura Municipal, o Caesmi (Centro de Atendimento Especializado na Área de Surdez do Município) e a Apasi (Associação de Pais e Amigos dos Surdos de Ibiporã) realizaram duas atividades esta semana. A primeira foi a tradicional Corrida do Surdo, em sua 5ª edição, que movimentou a Avenida Paraná no domingo (25), e chamou a atenção da comunidade local para a inclusão da pessoa que sofre com deficiência auditiva.

   E na segunda-feira (26) foi realizado o 3º Encontro de Surdez e Cidadania, que reuniu todos os professores da rede municipal de ensino no Cine Teatro Pe. José Zanelli.

   Compareceram à abertura o prefeito José Maria, que falou sobre o trabalho de inclusão dos alunos surdos feito pela Secretaria Municipal de Educação; a vice Sandra Moya, a secretária de Educação, Miriam Medre, a vereadora Mari de Sá, a diretora do Caesmi e coordenadora da Apasi, Ivete Semprebom, e o presidente da Apasi, Rogério Orlando dos Santos.

   A cerimônia iniciou com execução dos Hinos Nacional e de Ibiporã interpretados em Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) por alunos do grupo "Cantando com as Mãos", do Caesmi. São alunos da professora Rozana Atiguro e do instrutor de Libras, Lucas Keller Botti.

   A secretária Miriam Medre disse em seu discurso que, para se ter uma educação inclusiva "é preciso termos uma sociedade inclusiva". "O ensino que inclui toma por base a visão da diferença. Reconhece que todas as crianças são diferentes e que as escolas e sistemas de educação precisam ser transformados para atender às necessidades individuais de todos os educandos - com ou sem necessidade especial. A inclusão não significa tornar todos iguais, mas sim respeitar as diferenças", afirmou Miriam.

   A professora Ivete Semprebom comentou que 26 de setembro é o Dia Nacional do Surdo porque nesta data, em 1857, foi fundado o Instituto Nacional dos Surdos (INES), no Rio de Janeiro, por cobranças da comunidade ao imperador Dom Pedro I, que tinha também um filho surdo, mas este recebia atendimento particular. "Nestes 150 anos, evoluímos muito, mas temos ainda um caminho a percorrer no que se refere à causa do surdo", disse Ivete.

   Um dos momentos marcantes foi o depoimento da mãe do atual presidente da Apasi, Rogério dos Santos, a senhora Isaura Milani dos Santos, de Ibiporã.

   Ela contou que descobriu a surdez do filho quando ele tinha 2 anos e desde então enfrentou um martírio de dificuldades para que ele pudesse estudar, afinal era empregada doméstica e mãe solteira.

   "Foi uma luta! Saía todo dia cedo de casa para levá-lo de ônibus ao ILES (Instituto de Educação Surdos), em Londrina, e depois pegava outro ônibus para ir trabalhar. No final da tarde era a mesma coisa no caminho de volta pra casa. Me sacrifiquei e lutei muito neste 35 anos de vida do Rogério. Uma caminhada árdua, mas nunca desisti de lutar. Porque nestes anos todos contei com a força de Deus e de famílias que me ajudaram", enfatizou dona Isaura.

   "Graças a Deus e ao esforço do Rogério, ele foi quebrando as barreiras que apareceram pelo fato de ser surdo, seguiu firme nos estudos, concluiu a faculdade e é um jovem trabalhador", finalizou a mãe emocionada, contagiando a platéia, que a aplaudiu em pé.