Indústria e Comércio

 

Publicado em: 24/01/2012 16:05 | Fonte/Agência: Folha de Londrina

Crescimento de Ibiporã é destaque no Paraná


Whatsapp

 

Crescimento de Ibiporã é destaque no Paraná Crescimento de Ibiporã é destaque no Paraná

Notícia de hoje (24/01): a Folha de Londrina publicou reportagem de página inteira no Caderno de Economia na edição de hoje informando que Ibiporã foi a 2ª cidade que mais aumentou seu PIB em todo o Paraná nos últimos anos: 181,19% de aumento, segundo levantamento do IBGE.

Essa curva de crescimento, somada aos investimentos que o Município tem feito em infraestrutura e às empresas que estão sendo atraídas para Ibiporã pela atual administração do prefeito José Maria e da vice Sandra Moya (previsão de R$ 380 milhões no somatório de todas as empresas) transformarão Ibiporã "nos próximos cinco anos, em uma potência industrial", afirma o prefeito.

Leia a íntegra dessa grande reportagem da Folha sobre esse novo perfil econômico de Ibiporã:

 

24/01/2012 - Folha de Londrina

Industrialização faz PIB de Ibiporã crescer 181%

Em cinco anos, Produto Interno Bruto do município salta de R$ 384 milhões para R$ 1,081 bilhão

 

De 2005 a 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) de Ibiporã cresceu 181,19% de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Foi a segunda melhor performance do período entre as 399 cidades do Paraná. De R$ 384,4 milhões, a soma das riquezas produzidas pelo município saltou para R$ 1,081 bilhão e passou da condição de 44º para 25º maior do Estado.

Examinando os números do IBGE, é fácil perceber que o aumento proporcional do PIB costuma ser maior nos municípios muito pequenos, onde a instalação de uma única empresa pode fazer dobrar o valor da riqueza neles produzida. Mas não é o caso de Ibiporã, que tem 48.200 habitantes e atingiu um PIB acima de R$ 1 bilhão. Os demais passam longe deste valor.

Quando a comparação é feita com municípios do mesmo porte - entre 40 mil e 60 mil habitantes - há sempre uma grande vantagem para Ibporã. O PIB de São Mateus do Sul, por exemplo, cresceu 51%, passando de R$ 365 milhões para R$ 552 milhões.

O de Santo Antonio da Plantina (Norte Pioneiro) saiu de R$ 270 milhões para R$ 351 milhões, ou seja, cresceu 58%. Já o de Rolândia saltou de R$ 673 milhões para R$ 1,131 bi, o que representa 68%. Outros municípios como Palmas (Sudoeste) tiveram crescimento pouco expressivo, algo em torno de 10%. O PIB da cidade mais fria do Paraná foi de R$ 377 milhões para R$ 416 milhões.

Comparando com cidades maiores, na faixa de 100 mil habitantes, a vantagem segue muito expressiva para Ibiporã. Arapongas, por exemplo, cresceu 54% de 2005 a 2009. O PIB subiu de R$ 1,2 bi para R$ 1,9 bi. Situação muito parecida é a de Cambé, que cresceu 50% (de R$ 1 bi para R$ 1,5 bi).

A vantagem de Ibiporã segue grande quando a comparação passa a ser com as maiores cidades do Paraná: Curitiba e Maringá cresceram 54% e Londrina, apenas 45%.

Ibiporã também é destaque no ranking de PIB per capita, quando se divide o PIB total pelo número de habitantes. O valor divulgado em novembro do ano passado pelo IBGE - referente ao ano de 2009 - é de R$ 22.751, maior o que o de Maringá R$ 21.711 e o de Londrina (R$ 17.396).

''Daqui a cinco anos, Ibiporã será uma potência industrial''. A frase, dita pelo prefeito José Maria Ferreira (PMDB), pode soar imodesta, exagerada. Mas quem visita os parques industriais da cidade, às margens da BR 369, entende as razões do entusiasmo. São mais de 80 indústrias de diversos segmentos como a Furgão Ibiporã e a Plásticos Novel, ambas visitadas pela FOLHA.

Condomínios

Atualmente, a cidade se prepara para receber investimentos privados em dois condomínios empresariais. O primeiro, inaugurado no final de 2009, tem 250 mil metros quadrados e já conta com duas indústrias em funcionamento. No futuro, deverá abrigar 34. A prefeitura já fechou acordo para instalação de outras 18 empresas nas áres de rastreamento, cosméticos, confecção, alimentos e logística. Ao todo, serão cerca de 1.200 empregos.

O condomínio de número dois foi inaugurado no final do ano passado. ''Ele vai atender empresas que precisam de terrenos maiores'', explica o prefeito. Entre elas, a mexicana Bimbo, que fabrica a Pão Pulmann e a Nutrella, que irá empregar sozinha 350 pessoas.

Nelson Bortolin - Reportagem Local

 

Empresas locais são destaque nacional 

A Furgão Ibiporã é uma das empresas que ajudaram a elevar o PIB de Ibiporã. Completando 20 anos em 2012, a fábrica chegou à vice-liderança no mercado de carrocerias sobre chassis e semirreboques frigorificados. E o período em que o PIB do municípo deu um salto coincide com uma importante mudança na indústria, conforme conta o diretor Comercial, David William da Costa. ''Em 2006, nós separamos os setores de produção, assistência técnica e de peças e introduzimos a produção em linha'', explica.

No ano passado, a empresa fabricou e comercializou 1.196 unidades, sendo 300 semirreboques. Empresa familiar, que mantém capital fechado até hoje, a Furgão Ibiporã emprega 350 funcionários com salário médio de R$ 1 mil, mais benefícios como plano de saúde, vale-refeição e seguro de vida.

Segundo Costa, a ideia dos fundadores era instalá-la em Londrina, mas a administração municipal à época não teria apoiado os empreendedores. ''Em Ibiporã, eles foram recebidos de braços abertos'', conta.

Faturando cerca de R$ 8 milhões por mês, a empresa se sente prestiagiada em Ibiporã. ''Vamos ampliar a fábrica em 30 mil metros quadrados neste ano e gerar mais 70 empregos'', informa.

Outra tradicional indústria de Ibiporã é a Plásticos Novel, implantada em 1989 pelo economista londrinense Luiz Oliveira. O curioso é que ele havia se mudado anos antes para Salvador, na Bahia, onde montou a primeira fábrica para atender o mercado do Nordeste. Quando percebeu que precisava de uma outra no Sul optou por Ibiporã em vez de Londrina.

Segundo o diretor-superintendente, Erivaldo Vespero, o faturamento da fábrica, que logo depois de fundada teve seu capital aberto, é de R$ 50 milhões por ano. Os principais produtos são garrafeiras para atender clientes como Ambev, Spaipa e Heineken.

Assim como o faturamento, a produção foi triplicada desde 1989. A Novel transformava 250 toneladas de plástico por mês. E hoje transforma 750. Atualmente, a fábrica emprega 175 pessoas. Os salários do ''chão da fábrica'' são de R$ 950 e os funcionários têm direito a plano de saúde e Participação nos Lucros e Resultados (PLR). ''Ibiporã tem uma política de atração de indústrias e empregos. E o prefeito (José Maria Ferreira), que já havia ocupado o cargo antes, tem visão de administrador'', justifica. (N.B.)

 

'Temos sim vocação industrial'

O prefeito José Maria Ferreira diz que os incentivos para atração de empreendimentos estão todos previstos na legislação municipal de Ibiporã. Eles são divididos em duas categorias: onerosos e não onerosos. No primeiro caso, a empresa ganha terreno e terraplenagem. No segundo, também leva água encanada, esgoto, iluminação, asfalto e meio-fio.

Para o prefeito, o governador Beto Richa se ''equivocou'' quando disse à FOLHA, dia 9 de janeiro, que os empresários não se interessam pelo Interior do Paraná, preferindo estar perto do Porto de Paranaguá. ''Temos vocação industrial sim. Além disso, temos competência, dinamismo e uma localização geográfica favorável'', salienta. O que falta, segundo Ferreira, é maior apoio. ''Curitiba não tinha vocação industrial até os anos 70'', compara.

Apesar do empenho em trazer indústrias para a cidade, ele lamenta que o retorno para Ibiporã não está à altura do dinamismo da economia local. Isso porque o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) leva em conta apenas o tamanho da população. ''Não importa o quanto a economia do município está forte ou não'', reclama.

Segundo ele, o investimento de R$ 1,8 milhão feito pela prefeitura no ano passado para a compra e doação de terrenos levará cerca de quatro a cinco anos para ser compensado. (N.B.)