Cultura e Turismo

 

Publicado em: 31/08/2009 12:15 | Fonte/Agência: Agência Estadual de Notícias - Paraná

Obras em Ibiporã e Maringá fortalecem projeto para reativar Trem Pé-Vermelho


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A reativação do “trem pé-vermelho” para o transporte de passageiros entre Ibiporã/Londrina, no Norte do Paraná, até Maringá/Paiçandu, no Noroeste, trecho já interligado por ferrovia, vem se “somar com a restauração da estação ferroviária e a criação do Museu do Café” em Ibiporã, segundo o prefeito do município, José Maria Ferreira, que nesta sexta-feira (28) recebeu a doação do imóvel da antiga ferroviária em cerimônia que contou com a presença do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Com o investimento de cerca de R$ 1,5 milhão, a maior parte do Ministério do Turismo, na revitalização do prédio e no entorno da histórica estação, o prefeito José Maria declarou que o projeto ferroviário regional não pode deixar de incluir Ibiporã, que fica a 14 quilômetros de Londrina, como ponto de partida do trem pé-vermelho em direção a Maringá.

A restauração da ferroviária de Ibiporã, além do Museu do Café, que contará a história dos pioneiros, inclui a criação de um Centro Sócio-Educativo Turístico e Cultural, com anfiteatro de 200 lugares, um Centro de Artesanato, Academias para a Terceira Idade (ATI) e um anexo com piscinas cobertas. Os recursos federais para as obras virão de emendas parlamentares do deputado federal André Vargas, que também esteve presente no ato de cessão da estação ferroviária ao município.

MARINGÁ - A região de Maringá, na outra ponta do projeto do trem regional, também está se preparando, com um investimento de R$ 50 milhões destinado ao rebaixamento das linhas numa área em franco processo de conurbação com os municípios de Sarandi e Paiçandu. Parte do projeto, conhecido como supervia Leste-Oeste, no centro de Maringá, está pronta. Segundo o prefeito Sílvio Barros, os engenheiros projetaram as linhas prevendo o transporte de passageiros. “A cidade se preparou com o rebaixamento da via férrea”, ressaltou.

Estão previstas três linhas rebaixadas, em Maringá, sendo uma de carga e duas de passageiros. “Pensamos no espaço para implantar as linhas de passageiros juntamente com a do trem de carga”, sublinha Sílvio Barros. Com isso – afirma o prefeito – o município fica “numa situação boa e já está se preparando” para o trem regional. Barros disse que ficou “satisfeito” quando a Ferroeste assumiu “a liderança da discussão no sentido de adiantar o estudo de viabilidade do trem de passageiro”, fato marcado por uma reunião entre a empresa, os treze municípios atravessados pela ferrovia, universidades estaduais e o Ministério dos Transportes, ocorrida na quarta-feira (26) passada na Universidade Estadual de Maringá.

Durante a reunião, o prefeito Sílvio Barros propôs que a Ferroeste atue como órgão coordenador do projeto e interlocutor dos municípios junto aos governos Federal e Estadual. A proposta foi aprovada por unanimidade pelos prefeitos da região. Também ficou decidido que cada prefeito enviará à Ferroeste um roteiro com um diagnóstico da situação da linha em seu município e expectativas em relação ao projeto.

FERROESTE - Para o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, “as obras de rebaixamento da linha férrea em Maringá e a revitalização da estação ferroviária de Ibiporã fortalecem o projeto do trem de passageiros”. Na quinta-feira (27), o presidente da Ferroeste, autoridades regionais e especialistas, visitaram as obras de rebaixamento do ramal ferroviário em Maringá, juntamente com o diretor do Departamento de Relações Institucionais da Secretaria de Política Nacional de Transportes (SPNT) do Ministério dos Transportes, Afonso Carneiro Filho, coordenador do programa de implantação de trens regionais de passageiros, que veio ao Paraná participar da reunião com os prefeitos do eixo Londrina-Maringá.

O próximo passo do projeto será a elaboração de um estudo de viabilidade. Para isso, será celebrado convênio entre o Ministério dos Transportes e o Governo do Estado, através da Ferroeste e das universidades de Londrina (UEL) e Maringá (UEM), com a interveniência dos prefeitos das cidades abrangidas pelo projeto. O ministério também vai encaminhar para a Ferroeste e os municípios envolvidos o Termo de Referência do estudo sobre a implantação do trem regional na região. Parte dos recursos previstos para o projeto virão do Governo Federal, já alocados na SPNT do Ministério dos Transportes.

A implantação do trem pé-vermelho, unindo Norte e Noroeste paranaense, vai beneficiar os seguintes municípios: Ibiporã, Londrina, Cambé, Rolândia, Arapongas, Apucarana, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari, Marialva, Sarandi, Maringá e Paiçandu.



Pessuti defende projeto
do trem de passageiros


O vice-governador Orlando Pessuti afirmou nesta sexta-feira (28) que é um “entusiasta” e também um “defensor” do projeto de retomar o trem de passageiros entre Londrina e Maringá. “¨A região pode contar comigo para tudo o que eu puder fazer para que essa idéia se concretize”. Segundo Pessuti, a reativação do transporte ferroviário de passageiros no Norte e Noroeste do Estado foi um “compromisso assumido durante a campanha eleitoral de 2006”.

Orlando Pessuti lembrou que foi o deputado estadual Luiz Eduardo Cheida e a atual coordenadora de Região Metropolitana de Londrina, Elza Correia, que batizaram o projeto de “trem pé-vermelho”. Desde então, segundo ele, vários atores políticos , “e também Samuel Gomes”, presidente da Ferroeste, vem fazendo “todas as gestões para efetivamente implantar o trem pé-vermelho”.

Para do vice-governador, a retomada do transporte de passageiros “de certa forma resgatará uma parcela da história e da tradição regional”, que, segundo ressalta, era o transporte ferroviário: “ao desaparecer o trem”, disse Pessuti, “perdeu-se também um pouco da nossa cultura e da nossa história”.

(AEN - 28/08/2009 - 18h30)