Crianças de várias faixas sociais e de diferentes bairros de Ibiporã vieram até a Fundação Cultural de Ibiporã no último dia 23 para participar dos testes de aptidão física para a obtenção de bolsas de estudos na Escola de Ballet da FCI. No total, participaram cerca de 160 crianças de 6 a 12 anos e 40 foram aprovadas para receber as bolsas. De acordo com a secretária municipal de Cultura e vice-prefeita, Sandra Moya, 80% das vagas da escola são reservadas para alunos que precisam de bolsa.
\"São crianças que nunca teriam a oportunidade de desenvolver uma atividade artística como o ballet e de receber essa formação cultural qualificada se não fosse a iniciativa da Administração Municipal de bancar esse aprendizado. Não conheço nenhum município da região que tenha uma escola de ballet como a nossa e que faça um trabalho semelhante\", enfatizou Sandra.
A secretária afirma que a participação na escola de ballet traz um imenso ganho cultural e uma mudança de vida para essas crianças. \"Quando não as leva necessariamente a se tornarem profissionais de ballet, elas acabam levando esse aprendizado para a vida e podem ser grandes profissionais em outras áreas. Temos, por exemplo, muitos ex-alunos nossos que são ótimos professores de Educação Física e fisioterapeutas. Tenho isso por experiência própria, pois fui bailarina e carrego para a minha vida profissional e pessoal muitas boas influências que aprendi no ballet \", testemunha Sandra Moya.
Entre essas influências, ela cita a postura, a disciplina, a consciência corporal, a discrição, a apuração cultural e o relacionamento interpessoal, entre outros. \"Já mudamos o perfil de muitas crianças pelo fato de terem passado aqui pela nossa escola. Levam para as suas famílias hábitos saudáveis de alimentação e acontece uma mudança cultural como um todo nas suas casas. Elas e suas famílias passam a gostar de assistir apresentações, passam a apreciar as artes e aprendem a se portar dentro dos espetáculos, com silêncio e concentração. Fazemos dessa forma um trabalho de formação de platéia em Ibiporã\", destaca a secretária de Cultura.
Sandra explica que a Fundação optou por manter uma escola de ballet clássico porque com ele se aprende com facilidade qualquer outro tipo de dança e se pode levar essas crianças um dia a se tornarem bailarinos profissionais, como foi o caso de Viviane Torrenta, que saiu de Ibiporã e hoje é a principal referência do Ballet de Londrina. Outro caso local de sucesso foi Walter Cruz, que começou na escola da FCI e obteve carteira profissional de bailarino, no Rio de Janeiro. Hoje é professor da escola.