Educação

 

Publicado em: 11/03/2013 10:14

Ibiporã é destaque na Folha de Londrina


Whatsapp

 

Ibiporã é destaque na Folha de Londrina Ibiporã é destaque na Folha de Londrina

Em matéria publicada neste domingo (10/03) no jornal Folha de Londrina (“Os obstáculos na rota do ensino tecnológico”), sobre as dificuldades que impedem a adoção de novas práticas pedagógicas na escola pública, a reportagem destaca o papel das lousas digitais utilizadas na rede municipal de ensino de Ibiporã na melhora do aprendizado dos alunos.

DESAFIOS - Lousas digitais ajudam na avaliação do Ideb


Adotado há três anos pelas escolas municipais em Ibiporã, recurso tem grande peso na motivação dos alunos

Fotos: Marcos Zamutto
Fonte: Folha de Londrina - http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--1189-20130310


Nas escolas municipais de Ibiporã (norte), os antigos quadros negros ainda estão nas salas de aula, mas são cada vez menos utilizados. A grande vedete das aulas são as lousas digitais, adotadas há três anos pelo município e que ainda têm sabor de novidade, principalmente para os alunos que estão chegando ao 2º ano do ensino fundamental (primeiro ano em que a lousa é utilizada). As lousas funcionam como um computador, fornecendo som, imagem e vários outros recursos de aprendizagem, como jogos e filmes.


O diretor do Departamento Municipal de Tecnologia da Informação, Junior Frederico Aliano, acredita que o recurso tecnológico está fazendo a diferença no processo de aprendizagem dos alunos. ''Prova disso foi o expressivo aumento na nota da última avaliação do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica)'', argumenta. A nota obtida por Ibiporã em 2012 foi 5.2, dois décimos acima do previsto, o que fez do município o único da região a apresentar crescimento no ranking. Em 2009, época em que as lousas digitais começaram a ser testadas, a nota no Ideb foi de 4.6.


''Provavelmente as lousas não foram o único fator que influenciou neste resultado, mas com certeza tiveram um grande peso. Consideramos o projeto um sucesso, não apenas por colocar a tecnologia em sala de aula, mas por fazer isso sem esquecer da importância da presença do professor e da necessidade de capacitá-lo para usar esta tecnologia'', afirma Aliano. Atualmente a rede municipal conta com 77 salas equipadas com a lousa interativa, em 13 escolas de educação infantil e no Centro de Atendimento de Educação de Surdos (Caesmi).


Segundo a secretária municipal de Educação, Maria Margareth Rodrigues Coloniezi, a lousa funciona como uma motivação a mais para os alunos. Mas para trazer bons resultados, reafirma a secretária, os professores devem estar bem preparados para servir de ligação entre o conhecimento cientificamente construído e as informações do presente. ''Além de dominar a técnica, o professor tem que dominar o conteúdo.'' Para Maria Margareth, a resistência inicial dos docentes em utilizar o recurso é vencida pela constatação do quanto ele pode facilitar o dia a dia do ensino. ''Os professores estão mais confiantes'', atesta.

"Todas as escolas precisavam ter um recurso como este"

Fonte: http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--1197-20130310

Entre os educadores que no início chegaram a se perguntar se conseguiriam dominar a tecnologia das lousas digitais está a professora Eliane de Fátima Souza. Ela é responsável por uma turma de 5º ano na Escola Municipal Sebastião Luiz de Oliveira, na periferia de Ibiporã, e confessa que um dos temores era não conseguir escrever no quadro para os alunos. ''É diferente sim, mas com o tempo vi que a caneta fornece vários recursos'', admite ela. Na semana passada, a FOLHA acompanhou parte de uma aula de Eliane. Embora a lousa digital já não seja mais novidade, em alguns momentos a professora precisou de uma 'mãozinha' da coordenadora de projetos educacionais do município, Janaíne Brito, que acompanhava a reportagem, para se lembrar das possibilidades disponíveis.


''Nós professores acabamos aprendendo também, porque temos mais recursos à disposição e precisamos pesquisar mais para preparar as aulas'', reconhece Eliane. ''Não há mais como ficarmos alheios a estes novos recursos pedagógicos. Todas as escolas precisavam ter um recurso como este à disposição''. A professora observa que, graças à tecnologia utilizada, os alunos se interessam mais pelo conteúdo.


''A lousa é igual um computador, dá para ver filmes e pesquisar qualquer coisa na internet. Fica mais gostoso estudar'', confirma Maykon Nunes Correia Fernandes, de 12 anos. Sua colega de sala, Brenda Vitória Stork Pereira, de 10, conta que tem computador em casa, mas a mãe nem sempre permite que ela utilize, por isso acha o máximo quando é convidada a interagir com a lousa digital. ''Quando a gente era menor, não via a hora de estudar em uma sala que tivesse a lousa.''


Os resultados na melhoria do ensino obtidos em Ibiporã vão de encontro às conclusões de estudos inéditos, concluídos recentemente. Um deles foi realizado pela Fundação Carlos Chagas, por meio da avaliação dos alunos de todas as escolas públicas do município de José de Freitas, no interior do Piauí. Desde o início de 2009, eles estudam com o apoio de lousas interativas, notebooks e softwares educativos. A pesquisa mostrou que os estudantes melhoraram sua média de matemática em 8,3 pontos, enquanto os que não usaram a tecnologia avançaram apenas 0,2 ponto. (Silvana Leão.)