Educação

 

Publicado em: 25/04/2013 15:23

Projeto de saúde e educação pioneiro em Ibiporã é destaque na Folha de Londrina


Whatsapp

 

O projeto desenvolvido há 24 anos  pelo Centro de Atendimento ao Deficiente Visual de Ibiporã (Cadevi) em parceria com a Prefeitura na detecção precoce de problemas de visão em crianças da rede municipal de ensino é destaque na edição desta quinta-feira (25) da Folha de Londrina - "Prevenindo doenças oculares em crianças" (Folha Cidades - pg.3) 


Confira:

Folha de Londrina, 25/04/2013

 

Prevenindo doenças oculares em crianças

Em Ibiporã, alunos da rede municipal passam por triagem anualmente; diagnóstico precoce possibilita melhor tratamento e previne problemas de rendimento escolar

Fotos: Gina Mardones
Crianças de CMEI Professora Aracy Salinet Vieira são submetidas a exames de retinoscopia

Programa é realizado desde 1989 no município e é resultado de uma parceria entre prefeitura e Cadevi

Ibiporã - "Olhem o peixinho!" Com um aquário iluminado para funcionar como distração ao fundo de uma sala escura a oftalmologista Kryscia Leiko Natsuaki realiza exames de retinoscopia em alunos do Centro de Educação Infantil Professora Aracy Salinet Vieira, em Ibiporã (Região Metropolitana de Londrina). Munida com um retinoscópio, um instrumento com lanterna que permite o exame da parte interior do olho, e com uma espécie de régua com lentes neutralizadoras ela observa os olhos da criança. 

A triagem é realizada nos alunos de todas os 14 centros de educação infantil e escolas da rede municipal e é resultado de uma parceria entre a prefeitura e o Centro de Atendimento ao Deficiente Visual de Ibiporã (Cadevi). O trabalho é desenvolvido há 24 anos tem o objetivo de detectar precocemente problemas de visão nas crianças e, consequentemente, prevenir problemas de rendimento escolar. 

"O aquário serve para que a criança olhe longe e a pupila permaneça dilatada, o que facilita o exame", explica Kryscia. Para serem examinadas, as crianças se sentam no colo das professoras e permanecem imóveis. A consulta não dura mais do que 30 segundos e pode diagnosticar se a pessoa possui miopia, astigmatismo, hipermetropia, catarata congênita ou retinoblastoma. 

A assistente administrativa Ediléia Andrade de Souza fez questão que a filha Amanda, de 4 anos, fosse examinada. "Minha filha estava com febre, mas eu fiz um esforço para trazê-la aqui", afirma. Ediléia relatou que possui ceratocone, uma doença ocular não inflamatória que afeta o formato e a espessura da córnea, provocando a percepção de imagens distorcidas. Quando recebeu a notícia de que não foi detectado nada de errado com sua filha, ficou aliviada. "Na minha época não havia esse tipo de exame", observa. 

Com as crianças do berçário é realizado apenas um teste de fundo de olho, já que a fase de desenvolvimento não permite o exame feito com as crianças maiores. Caso os pais tirem fotos dessas crianças e constatem que o olho aparece vermelho ou branco em todas as fotografias, convém procurar um oftalmologista. "Se o olho aparecer vermelho, pode ser um retinoblastoma e se aparecer com o fundo branco, pode ser catarata congênita", explica a diretora do Cadevi, Maria José Ferreira Gregui. 

No caso do ceratocone, Maria José expôs que por ter origem genética, não há como prevenir, mas existe tratamento. "Desde que começamos a fazer os exames já detectamos vários casos de miopia, astigmatismo e hipermetropia, mas também constatamos seis casos de catarata congênita, que se não for tratada logo o olho fica sem estimulação devido ao embaçamento do cristalino e a criança pode ficar cega por ambliopia (olho preguiçoso)", explicou. 

Mais consultas
Em 2012 passaram pela triagem 3.536 alunos das escolas municipais e 1.262 crianças da educação infantil, dos quais 117 receberam indicação de consulta. Este ano a previsão é de que esse número atinja 3.493 alunos da rede municipal e particular e 1.490 crianças da Educação Infantil. Em média 10% das crianças que realizam a triagem nas escolas apresentam algum tipo de problema e precisam realizar mais consultas para confirmar o diagnóstico. 

Desde que o Programa de Prevenção Precoce de Problemas Oculares foi lançado, em 1989, o teste de acuidade visual já foi realizado mais de 80 mil vezes. Após as consultas, as crianças passam a contar com auxílio de óculos, quando necessário, Os casos de baixa visão são encaminhados ao Cadevi para atendimento pedagógico e de estimulação e reeducação visual. 

Segundo a coordenadora pedagógica do CMEI, Patrícia Perez Bueno, a prevenção é o mais importante, já que se esse diagnóstico é realizado com antecedência com o tratamento é possível evitar que a criança tenha dificuldades com o rendimento escolar. "Alguns alunos cujos problemas foram diagnosticados no exame anterior passaram a usar lentes corretivas e o desempenho melhorou bastante", explicou. 

Leia também: 


Teste do olhinho está previsto em lei desde 2004
Vítor Ogawa
Reportagem Local