O Comitê de Prevenção de Álcool e Drogas de Ibiporã reuniu-se nesta quarta-feira (24) com a coordenadora do Programa Estadual do Adolescente da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Albertina Duarte Takiuti, para discutir a experiência da Casa do Adolescente. Albertina é responsável pela implantação de 29 casas somente no estado de São Paulo, além de ter auxiliado a viabilizar o projeto nas cidades paranaenses de Faxinal e Ivaiporã. A vinda da médica e professora do curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) a Ibiporã foi intermediada por Rafael Eik Ferreira.
Nestes espaços é oferecido atendimento integral e gratuito a quem tem entre 10 e 20 anos. Uma equipe multidisciplinar está disponível para tirar dúvidas sobre o corpo, sexualidade, gravidez precoce, ocorrendo ainda uma grande abordagem em aspectos de ordem física, psicológica e sociais, tornando a casa do adolescente um lar para os jovens que precisam dela.
Antes de comentar sobre o projeto, Albertina traçou um perfil do adolescente e os riscos aos quais ele mais está suscetível: gravidez, doenças sexualmente transmissíveis e contato com drogas. "Esta fase da vida é marcada por profundas mudanças na relação com o corpo, com o outro, os pais e a sociedade. Ele é produto do que lhe é oferecido. Se ele não encontra afeto e oportunidade, estará mais vulnerável a situações de risco. Por isso a importância da prevenção primária", argumentou a responsável pelo ambulatório de Ginecologia da Adolescência do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Ao relatar as experiências e dificuldades do projeto, Albertina ressaltou que mais que uma estrutura física, a Casa do Adolescente é um espaço mental, onde a pessoa é acolhida e encontra a possibilidade de falar, aprender, compartilhar experiências e sentimentos, e assim, se fortalecer. "Realizamos dinâmicas de grupo, oficinas, orientações nutricionais, cursos de sensibilização, criando uma verdadeira cultura do adolescente", pontuou a profissional. Albertina apresentou números que apontaram a redução de casos de gravidez, mortalidade infantil, uso de drogas e DSTs nas cidades onde funcionam as casas do adolescente.
Ao destacar a importância da criação de uma rede de cuidados ao adolescente, Albertina elogiou a estrutura existente em Ibiporã e sugeriu que os setores se integrem para potencializar o trabalho que já vem sendo feito e oferecer ume espaço de atendimento integral e multidisciplinar ao adolescente. Agradecendo a contribuição de Albertina, a primeira-dama e presidente de honra da Associação de Proteção à Maternidade, Infância e Família (APMIF), Eliana Eik Borges Ferreira, afirmou que o trabalho da médica vem de encontro à proposta da Administração de priorizar a saúde e a educação.
A secretária municipal de Saúde, Leilaine Furlaneto, destacou que a implantação de uma Casa do Adolescente é uma das metas do recém-criado comitê, cujo objetivo é organizar uma rede de cuidados aos dependentes químicos, além de estruturar, articular e ampliar ações voltadas à prevenção do uso, tratamento e reinserção social de usuários de drogas. "Já temos ações pontuais como o Grupo de Escuta do Nasf e as orientações nutricionais e sobre sexualidade nas escolas. Alguns dos nossos profissionais passarão por capacitação com a doutora Albertina, para, em breve, formarmos redes de apoio aos adolescentes. Creio que em breve Ibiporã será uma referência no atendimento ao adolescente", assegurou Leilaine.
Integram o grupo representantes das secretarias municipais de Saúde, Cultura e Turismo, Educação, Assistência Social, Trabalho, Esporte, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), Programa de Proteção de Jovens em Território Vulnerável (Protejo), Conselho Tutelar, Grupo Valorizando a Esperança e representantes das igrejas.