A Administração Municipal entregou nesta quarta-feira (05) o Barracão Industrial Eugênio Fernandes, no Jardim Casagrande. Construído em parceria com o Governo Federal, através do Ministério da Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o local conta com 600m² construídos em uma área de 1957m², onde foram investidos cerca de R$ 514 mil.

Segundo a Secretária do Trabalho e presidente do Comitê Gestor da Micro e Pequena Empresa, Lourdes Narcizo, trazer esse projeto de apoio a microempresas de costura da nossa cidade é de grande satisfação. "Estamos cumprindo com o papel para o qual fomos designados", afirmou Lourdes.

Idealizado pelo prefeito José Maria, o Barracão Industrial atenderá às necessidades de pequenas e microempresas do setor têxtil, confecção e transformação artesanal. "É uma grande satisfação entregar mais um empreendimento aos cidadãos da nossa cidade. Com o Barracão, Ibiporã conquista mais um espaço para a promoção das atividades industriais. As empresas que se enquadram nesse porte têm mais um incentivo da Administração Municipal para se desenvolver e conquistar a independência", expõs José Maria.

 "Sinto-me extremamente agraciado pela vida, podendo comemorar os 67 anos de Ibiporã entregando diversas obras e já iniciar outras para serem entregues no próximo novembro. Isso é muito satisfatório, deixa toda a nossa equipe orgulhosa e também a comunidade que enxerga onde está sendo aplicado o dinheiro dos impostos", acrescentou o prefeito.

De acordo com a vice-prefeita, Sandra Moya, a atual administração municipal não tem medido esforços para que Ibiporã seja uma cidade de oportunidades, e o calendário festivo, em comemoração aos 67 anos comprova o esforço dos gestores públicos. "O objetivo da nossa gestão é dar oportunidade aos ibiporaenses em todos os sentidos, no trabalho, indústria, cultura, esporte, educação, saúde. Aqui, mais precisamente, através do emprego da renda, dando uma condição aos pequenos e microempresários, num espaço onde não pagarão aluguel e terão o período de sete anos para se estruturarem e num segundo momento possam ter o espaço próprio, talvez até em outra parceria com a administração, por meio da Secretaria de Indústria e Comércio", explicou Sandra Moya.

As parcerias firmadas com as outras esferas de governo são importantes para edificações como as que estão no calendário festivo e promoções de cursos que qualifiquem os trabalhadores, como o sistema S: Senai, Sebrae, Senac, Sest Senat. "Muitas dificuldades de Ibiporã foram sanadas com trabalho, dedicação da nossa administração, da nossa equipe e também dos nossos parceiros. Grande parcela das nossas construções são em parceria com o governo federal. O governo estadual também atua aqui em Ibiporã, mas é preciso movimento e a nossa administração tem trabalhado muito frente aos governos federal e estadual",  acrescentou a vice-prefeita.

Eugênio Fernandes

"A homenagem ao cafeicultor Eugênio Fernandes foi motivada pela iniciativa que sempre teve de ser cooperativo. Era um cidadão participativo na comunidade de Ibiporã, atuou na organização, estruturação e presidência da cooperativa dos cafeicultores da nossa cidade e seu período foi próspero à frente da cooperativa. Aqui no Barracão há a necessidade de visão do trabalho cooperativo também. Então, foi muito mais uma homenagem ao que deve acontecer aqui, dentro deste espaço, com a figura daquele que ajudou a construir a história da nossa cidade. Eugênio acreditava no outro, mesmo rígido estendia a mão para aqueles que podiam executar as tarefas, foi extremamente importante para o nosso município", contou José Maria.

Em entrevista ao projeto de recuperação da memória "Contos e Causos - História Viva de Ibiporã", Eugênio relatou que chegou a Ibiporã com a família em 4 de novembro de 1937, para formar uma fazenda de café, a Fazenda Engenho de Ferro, que se tornou muito conhecida na região pela extensão e a grande produção. Lembrou que como não havia escolas rurais na década de 40, seu pai, João Fernandes, decidiu construir uma escola dentro da fazenda (Escola Rui Barbosa) para atender aos filhos dos proprietários e dos colonos.

Homem muito ligado à Igreja, Eugênio contou que participou da primeira missa em Ibiporã, celebrada, segundo ele, em 1938, pelo padre Carlos Probst, que veio de Londrina, da "Paróquia do Shangri-lá" (Rainha dos Apóstolos). "Foi uma missa campal, praticamente no meio do mato", disse Eugênio.  Recordou da construção da "igrejinha de madeira", em 1940, e das "missões", em 1942.

Falou ainda sobre a colaboração da família para a construção da Matriz atual, obra liderada pelo padre Leone Gervasoni. A família ficou responsável por quatro pilares da igreja. "Doamos depois a madeira para os bancos da Matriz, pagamos os carpinteiros e doamos também um dos vitrais (caros, segundo ele), que vieram da Itália. Padre Leone colocou em um deles o nome de seu pai, João Fernandes, "in memorian".

Eugênio colaborou com várias instituições locais, foi rotariano, doou o terreno para a construção da Escola Municipal Rotary Club, fazia doações frequentes para a Matriz, para a construção do Hospital Cristo Rei e também para o Colégio Maria Imaculada (onde é hoje a Prefeitura). Dirigiu ainda a Cooperativa Mista Rural de Ibiporã entre 1962 e 1963. Na sua propriedade, lidou com café até 1993, enfrentando várias geadas, mas relata que não quebrou na "geada negra" de 1975, porque já havia plantado pés novos que brotaram rapidamente e salvaram a lavoura da família.