A Prefeitura de Ibiporã, por meio da Secretaria Municipal de Educação, em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Surdos de Ibiporã (Apasi), realizou na quarta-feira (26), Dia Nacional do Surdo, no Cine Teatro Pe. José Zanelli, o 4º Encontro Municipal Surdez e Cidadania. Participaram professores de toda a rede municipal de educação, autoridades e entidades que atuam com pessoas com deficiência em Ibiporã: Apae, Apadevi, Cadevi, Apasi e Caesmi.
De acordo com a coordenadora do Caesmi, a professora Ivete Pereira Semprebom, ser surdo é saber que se pode falar com mãos e aprender uma língua oral-auditiva através delas. “É conviver com pessoas que, num universo de barulho, deparam-se com pessoas que estão percebendo o mundo, principalmente através da visão, e isso faz com que eles sejam diferentes.” Confira entrevista no evento com a professora Ivete Semprebom.
Qual é o objetivo do Caesmi e da Secretaria de Educação de Ibiporã nesse encontro para os professores?
Ivete: A cada ano que passa, esse encontro toma uma dimensão maior e é também uma capacitação para o professor, para que possa aprender um pouco mais sobre como interagir com o aluno surdo, como ensiná-lo e como abordá-lo. Nosso objetivo é mostrar o potencial do aluno e da pessoa com surdez, os seus talentos. Tivemos hoje a apresentação de um surdo que toca flauta, por exemplo. Os professores e as pessoas admiram. É só trabalhar a potencialidade do surdo, não só sua limitação. A barreira é a comunicação, mas não vamos pensar nisso, vamos trabalhar e aprender Libras (Língua Brasileira de Sinais), que é a comunicação do momento. Falaremos aqui sobre a importância da educação bilíngüe em todos os setores da sociedade, principalmente na educação.
Se o surdo não tem a fala, ele tem potencialmente a comunicação gestual. Apresentarão aqui inclusive um teatro?
Ivete: Sim. Hoje será apresentada uma coreografia em Libras. Temos (o Caesmi) um grupo de teatro e de coreografia chamado “Surdos, mas não mudos” e também o grupo “Cantando com as mãos”. Eles passam uma bela mensagem.
Há muita empatia por parte das pessoas que observam. Todas gostam de assistir e ver como eles verbalizam por meio de gestos.
Ivete: Sim. As pessoas podem não entender a Libras, mas vêem que eles são felizes e estão se comunicando.
A programação teve apresentações dos seguintes grupos/pessoas:
• Alunos do CMEI Mãezinha do Céu
• Grupo “Cantando com as Mãos” do Caesmi/Apasi
• Apresentação de flauta, com o instrutor de Libras Milton Junior Ferreira
• Coral da APAE
• CAESMI - Exposição de dados do programa de prevenção
• Grupo de coreografia ‘Surdos, mas não mudos’
• Interpretação em Libras com Emanuele de Souza.
• Depoimento de uma mãe: Maria da Graça Keller Botti
• Palestra ‘Alfabetização ou Letramento: Educação Bilíngue’, com a pedagoga e especialista na área da surdez, Ivete Pereira Semprebom