Após as reclamações da população ibiporaense em relação ao atendimento no Pronto Socorro do Hospital Cristo Rei, a Prefeitura Municipal realizou uma reunião, na última quinta-feira (23), com a direção da instituição para tentar discutir melhorias no setor.

O prefeito José Maria Ferreira acompanhado da secretária de saúde, Leilaine Furlaneto e do assessor de saúde Ilto de Souza, esteve com a diretora do Hospital Cristo Rei, Ana Lúcia Fabio Mesquita, e médicos em uma reunião. Foram discutidos os problemas enfrentados diariamente pelo atendimento do PS da instituição e a questão da ampliação do programa Mãe Paranaense, na qual o hospital atenderá os partos de mães dos municípios vizinhos.

Melhoria no Atendimento do PS

Um dos principais problemas observados na reunião foi que muitos populares acabam procurando o hospital como atendimento primário, procura que deveria ser feito nas Unidades Básicas de saúde (UBSs). Com isso, o atendimento no hospital fica congestionado por casos considerados sem gravidade, uma vez que os serviços têm preferências para as situações de risco, com gravidades de urgência e emergência.

“O hospital informou que na maioria das vezes a população tem buscado o atendimento direto no hospital sem passar pela triagem do posto de saúde [UBS], provocando uma concentração desnecessária de pessoas nos serviços da urgência e emergência”, contou Ferreira.

O prefeito ainda destacou que é preciso discutir e esclarecer para com a população as necessidades e procedências nos casos de urgência e emergência. Os casos de atendimento primário devem ser realizados nas UBSs. Após uma triagem, se necessário, o paciente pode encaminhado ao hospital com a guia do posto de saúde, onde são recebidos os casos secundários, urgência e emergência.

“Você não pode ir direto ao hospital se não passar pelo posto de saúde da sua localidade, porque é lá que você vai validar a sua condição para poder receber o atendimento no hospital. É tudo uma questão de planejamento e quando a população e o serviço público estiverem dando respostas adequadas de planejamento, nós teremos uma saúde melhor”, ressaltou o prefeito.

Ferreira adiantou que algumas campanhas de esclarecimento e conscientização da população deverão ser realizadas para haver melhor utilização dos serviços da saúde do município. Leilaine Furlaneto informou que um dos resultados em acordo na reunião foi a contratação de mais um médico para o plantão do fim de semana.

“Ficou acordado que vai ter mais um profissional para fazer sábado domingo e feriado, porém, não conseguimos ainda um para o domingo. A administração disponibilizou o recurso, mas ainda não conseguimos médico e está bem difícil mesmo”, destacou Furlaneto.

Programa Mãe Paranaense

De acordo com a enfermeira técnica do Programa Mãe Paranaense de Ibiporã, Leidiane de Jesus de Martini Lopes, desde 2011 o programa está integrado no município e vem executando atendimento habitual das gestantes por meio das Unidades Básicas de Saúde. O acompanhamento vai desde os períodos iniciais da gestação até a recuperação da mãe após o parto.

“É feita uma primeira consulta com as enfermeiras na Unidade Básica, que a gente chama de Sis Pré Natal. Dali ela sai agendada para a consulta com o médico, todos os exames relacionados ao primeiro trimestre, o acompanhamento odontológico e com o curso de gestante, Oficina da Vida”, explicou Leidiane.

A enfermeira destacou que a partir desse processo o programa garante às mães uma consulta por mês, que no final de gestação podem variar por quinzena ou por semana. Após o nascimento do bebê o acompanhamento se estende até o fim do período puerperal, que vai atender a recuperação da mãe e o bebê, e pode ser feito a domicílio ou na UBS.

Com o Programa Mãe Paranaense o Hospital Cristo Rei de Ibiporã passará em breve atender aos partos de mães de mais cinco municípios da região.  Ainda assim, o acompanhamento da gestação deverá ser feio no município de origem. A medida atende ao do Governo do Estado em conjunto com o Programa Rede Cegonha do Governo Federal.

Leidiane informou como ficaram os planejamentos para a classificação de atendimento das gestantes a partir dos acordos fechados em âmbito micro e macro regional.

“Precisavam ser fechados os acordos no setor micro e macro regional, então ficou: é o Nível Primário que faz as consultas do pré-natal, acompanhamentos, visitas e tudo mais. O Nível Secundário é o hospitalar, que atende alguma ocorrência onde a gestante do primário precisa ir pro hospital, uma internação ou aquelas mães que tem uma situação de gravidez de risco intermediário. Alguma coisa assim”, explicou a enfermeira.

Ibiporã poderá atender nestes dois casos. Já o Nível Terciário, que é direcionado às gestantes de alto risco, os atendimentos, consultas e acompanhamento da gestação deverão ser feitos nas UBSs da cidade de origem e em Londrina no Hospital das Clínicas (HC). Os partos serão realizados no Hospital Universitário de Londrina (HU).

Com um repasse de 18 mil reais mensais a questão orçamentária é observada como obstáculo para a execução do programa no atendimento dos partos, uma vez que a demanda de nascimentos realizados no Hospital Cristo Rei pode facilmente dobrar.

“A partir do momento que passamos a atender mais cinco cidades passamos a ter mais algumas dificuldades. É fácil implantar um programa, mas quando os governos dos Estados e União implantam um programa, como o Mãe Paranaense, há uma situação muito complicada que a do suporte, o governo não passa todo o suporte nem de recursos financeiros nem de pessoal. 18 mil reais não cobrem se quer o anestesista”, pontuou Ferreira.

O prefeito adiantou que a medida para tentar criar um suporte mais adequado para atender o programa, através de parcerias com as outras prefeituras que serão assistidas pelo município, Alvorada do Sul, Primeiro de Maio, Sertanópolis, Jataizinho e alguns casos também de Assai.