Saúde

 

Publicado em: 26/05/2014 09:28

Hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito


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Hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito Hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito

 

 

O Paraná comemora nesta segunda-feira, 26 de maio, o "Dia Estadual de Conscientização sobre a Hanseníase".

 

A administração municipal, por meio da Secretaria de Saúde realiza, até sexta-feira (30), uma campanha em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) com o intuito de esclarecer a população sobre a doença, além de desmistificar o estigma que cerca a hanseníase.

 

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, transmitida pelo Mycobacterium Leprae e que tem cura. A transmissão ocorre por pessoas que são portadoras da doença na forma transmissível (multibacilar) por meio da via aérea, através da tosse, secreções nasais e espirros. Entretanto, a doença é classificada em duas formas distintas e os pacientes diagnosticados com a hanseníase paucibacilar não transmitem a doença.

 

Mesmo infectada, a pessoa pode não apresentar os sintomas da doença, porque há um período de latência, no qual o bacilo pode demorar anos para se desenvolver.

 

De acordo com o dermatologista do Centro de Referência de Especialidades Médicas de Ibiporã (Cremi), Rafael Garani, a doença atinge basicamente a pele e os nervos. Os sintomas são manchas espalhadas pela pele. "Ao atingir a pele, a hanseníase se manifesta com manchas de distintas formas, quando os nervos são atacados, as alterações são diversas como perda de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil", esclarece. "É comum alguns pacientes não sentirem quando entram em contato com algum objeto quente e se queimam, porque a área está 'anestesiada', eles só enxergam a conseqüência da queimadura quando bolhas aparecem na pele", pontua.

 

Segundo Garani, após o inicio do tratamento, que é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente para de transmitir a doença, porém se abandona o procedimento no meio, continua com a doença que pode evoluir internamente gerando sequelas nos nervos. "Uma variedade de mudanças no sistema nervoso periférico acontece e o paciente pode apresentar mão em garra, pé caído que leva ao distúrbio da marcha, perfuração na planta do pé e distúrbio ocular", explica.

 

As alterações do sistema nervoso periférico podem evoluir até um grau crônico comprometendo o dia-a-dia do paciente que abandona o tratamento. "Alguns casos são revertidos através de tratamento com remédio e fisioterapia. Em outros casos, porém, é necessário fazer cirurgia com um ortopedista", revela o médico.

 

A administração municipal, por meio do Programa Saúde da Família, na figura do agente comunitário, faz busca ativa aos pacientes que se afastam do tratamento, chamando-os a reiniciá-lo  com o médico especialista.

 

Garani alerta que assim que o paciente for diagnosticado com a doença, as pessoas que moraram com ele nos últimos cinco anos devem procurar a UBS mais próxima, fazer os exames e tomar a vacina BCG, a mesma que é aplicada em recém nascidos.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que a cada 10 mil habitantes seja diagnosticado um portador de hanseníase. No Brasil, a estimativa é de 4,6 diagnósticos para 10 mil habitantes. Ibiporã, porém, está dentro do recomendado pela OMS, atualmente, cinco pacientes fazem tratamento da doença no município que conta com aproximadamente 51 mil habitantes

 

Todas as UBSs da cidade contam com profissionais para atender pacientes com suspeita da doença. Após o diagnóstico através do exame clínico feito pelo médico e do exame laboratorial, baciloscopia, o paciente é encaminhado ao Cremi para iniciar o tratamento com o dermatologista