Visando estabelecer ações mais eficazes no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, a Administração Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, está apostando na utilização de armadilhas, conhecidas como ovitrampas, para evitar a proliferação de novos vetores da doença. O projeto piloto é desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), através do Programa de Educação Tutorial (PET), do governo federal, que estimula atividades de pesquisa, ensino e extensão universitárias.
Quarenta e quatro armadilhas foram instaladas no início da semana em residências dos Jardins Terra Bonita e Cinquentenário, bairros vizinhos ao Jardim San Rafael, que apresenta elevado índice de casos. "As ovitrampas simulam o ambiente perfeito para a procriação do Aedes aegypti: um vaso de planta preto é preenchido com água, que fica parada, atraindo o mosquito. Nele, os pesquisadores inserem uma palheta de madeira, que facilita que a fêmea do Aedes coloque ovos. Dentro do recipiente, é colocada uma substância larvicida. Dessa forma, os agentes de endemias conseguem observar de maneira mais rápida e eficiente a quantidade de mosquitos naquela região e aceleram as ações de combate, permitindo otimizar a utilização dos recursos do programa de controle da doença", explica o responsável pelo Setor de Endemias, Luiz Augusto Loredo. No ano passado houve registros de casos em junho e julho, o que demonstra que o frio não é mais empecilho para a proliferação do mosquito. Com este monitoramento, queremos comprovar a presença do Aedes nesta época do ano e tomar providências mais efetivas", acrescenta o responsável.
De acordo com Loredo, as palhetas serão retiradas na próxima segunda-feira (09) e encaminhadas a UEL para que seja feita a leitura e interpretação dos dados. O resultado do levantamento deve ser concluído em julho.
Situação da dengue em Ibiporã
O Setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde tem constatado nas últimas três semanas uma redução nas notificações de dengue no município. "As ações sistemáticas de prevenção e combate à doença, tais como remoção manual dos criadouros, aplicação de inseticida com UBV costal e pesada (fumacê), arrastões de limpeza, campanhas educativas, e o tempo mais seco têm colaborado para a redução dos índices.
Infelizmente, a população ainda deixa um pouco a desejar no cuidado com o seu quintal, acumulando objetos que são potenciais criadouros do mosquito, tais como vasos de plantas, baldes, bacias, garrafas, sacos de lixo, pneus. Os munícipes precisam exercer de fato sua cidadania e fazer a sua parte, porque apenas o poder público não conseguirá vencer o problema", alerta Loredo.
O último levantamento do Setor de Epidemiologia aponta até a última segunda-feira (2) 1.135 notificações com 322 casos positivos, todos autóctones.